São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Agora vou virar promoter de buchada!
JOSÉ SIMÃO
E aquela mulher interrompendo o tosse-show da Lolita Rodrigues sobre mudança de sexo para fazer um comercial: "Tanto faz você ser homem, mulher ou transexual, o mau hálito é geral". Rarará! E eu tô apaixonado por essa nova personagem da odisséia brasileira visto pela ótica de Gabriel García Márquez: dona Diva Pacheco, organizadora de buchada de bode. Ah, eu também quero. Só pra aparecer na televisão: Zé Simão, promoter de buchada. Ganho da Alice Carta, Rosana Beni, Tânia Caldas e Sônia Gonçalves juntas! Diz que pra receber o Don Doca FHC dona Diva fez das tripas uma buchada. Recebe o presidente lá em Nova Jerusalém para uma buchada de bode com o espetáculo "Paixão de Cristo". Isso se a CUT não crucificar ele no caminho! Rarará! Adicional de insalubridade pro presidente. Buchada à noite com aquele calor e "Paixão de Cristo"? Um ateu?! Mas ele não é ateu, é tucano: acredita, mas não traga. Segurança do presidente falha! Gestão pode virar indigestão! Deu no jornal que uma paulista comeu uma buchada, fumou um crack e bateu com a cabeça na quina do bidê! Sorte que o vice dela não era o Marco Maciel! Ceia nordestina para 700 pessoas. Então vai ser a primeira vez que no Nordeste 700 pessoas vão comer. Ao mesmo tempo! E depois vai ter espetáculo pirotécnico? Não, vai ter espetáculo peidotécnico! Rarará! Buchada com polenta e cocada? Vão acabar com a camada de ozônio lá em Caruaru! Rarará! E os garçons fantasiados de apóstolos. E as garçonetes de escravas de Herodes. Por isso que amo o Brasil. Eu e o Gabriel García Márquez! Rarará! Dias Gomes acorda! Texto Anterior: Nelson Rodrigues satiriza a esquerda Próximo Texto: 'Kane' tem marca da grandeza Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |