São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Um pouco de tranquilidade

LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

O mercado financeiro viveu um período de calma na última semana. A normalização das operações de câmbio influenciou os outros segmentos.
Os juros caíram bastante nas negociações a termo e os preços das ações nas Bolsas aumentaram. Os títulos brasileiros negociados em dólares no exterior também subiram.
O preço dos IDUs, o mais importante dos papéis representativos da nossa dívida externa, que chegou a US$ 0,68 terminou a semana acima de US$ 0,74. Uma alta de mais de 8%.
Essa melhora nas expectativas dos agentes econômicos foi motivada principalmente por dois fatores: a elevação do Imposto de Importação de mais de 100 produtos e a melhora na situação do México e Argentina.
A ação do governo brasileiro foi no sentido de reverter os déficits comerciais dos últimos meses. Os resultados de fechamento de câmbio dos últimos dias, relativos a operações de importação e exportação, já apontam para uma volta de saldos comerciais positivos.
Por outro lado, a volta de um certo otimismo em relação à situação econômica no México e Argentina diminui as pressões externas sobre o nosso mercado financeiro e pode trazer o equilíbrio da nossa conta capital.
As preocupações do mercado voltam-se agora para o aquecimento da economia e seus reflexos sobre a inflação. Os dados neste início de abril parecem contradizer os técnicos do governo, que insistem em afirmar que a economia já vem dando sinais de acomodação.
Aparentemente, já estamos atingindo o limite da capacidade produtiva de nossa indústria. Há sinais de que as empresas começam a buscar elevação de suas margens de lucros.
Por outro lado, os salários continuam a subir, por lei e por ganhos reais obtidos nas negociações com os sindicatos. Com a atual demanda, pode voltar a armadilha aumento de salários-aumento de preços.
Outros receios do mercado estão centrados na aproximação da entressafra agrícola e na necessidade de futuras correções nos preços das tarifas públicas. Haja preocupação.

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