São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Fronteira Peru-Equador; Salários na RFFSA; Factoring e pré-datados; André Lara Resende às terças; Ombudsman; Atlas histórico; Planejamento familiar

Fronteira Peru-Equador
"Li, com grande interesse, a reportagem publicada por esse prestigioso jornal, em 2/04, sobre temas da atualidade peruana. Desejo chamar a atenção, no entanto, sobre uma ilustração que acompanha a reportagem, a qual contém um equívoco, ao assinalar no mapa do Peru uma extensa zona em cinza, que chega, inclusive, até as margens do rio Amazonas, com a legenda 'área cedida ao Peru em 1942', referindo-se ao Protocolo do Rio de Janeiro desse mesmo ano. Ao respeito, devo esclarecer que o Protocolo do Rio estabeleceu definitivamente os limites entre o Peru e o Equador e confirmou a soberania do Peru sobre territórios que lhe pertenciam por títulos históricos, jurídicos e posse inquestionável, sem colocar sob jurisdição peruana nenhum povoado equatoriano, nem sequer privar o Equador de posse sobre o rio Amazonas, como se deduz do mapa publicado. O citado tratado confirmou a linha fronteiriça, que no lado peruano corresponde a territórios que fizeram parte do Vice-Reinado do Peru e que, de acordo com o princípio de 'uti possidetis' e da livre determinação dos povos, são parte da República do Peru desde sua Independência em 1821, de forma ininterrupta."
Alejandro Gordillo-Fernandez, embaixador do Peru (Brasília, DF)

Salários na RFFSA
"A Folha errou novamente na informação prestada aos seus leitores, na edição de 7/04. 1) Os empregados da Rede Ferroviária Federal S.A. não ameaçaram entrar em greve, conforme o primeiro parágrafo. Entraram dia 6/04, na parte da tarde. A Folha foi informada. 2) No terceiro parágrafo, diz que a Rede só opera trens de carga. Não é verdade. Opera, também, trens de passageiros. 3) No quarto parágrafo, afirma que, segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo, os empregados não foram comunicados sobre o atraso do pagamento. Errado. Não só os empregados foram comunicados, como também a Folha e, inclusive publicado em outros jornais, que o pagamento seria efetuado em duas parcelas (nota emitida pelo sr. presidente da RFFSA, Raul Bernardo Nelson de Senna, no dia 4/04/95, conforme cópia anexa. Os próprios sindicatos convocaram greve tão logo tomaram conhecimento da resolução de diretoria 019/95). 4) No último parágrafo consta que a direção da Rede não se pronunciou a respeito da greve. Não só se pronunciou, como também entrou em reunião de diretoria, procurando solução imediata, conforme esclarecimento no 'Rede Informa' número 3, ano 6, de 6/04/95 e que foi transmitido imediatamente a todos os jornais -inclusive a essa Folha- rádios e televisões."
Oseas de Carvalho, gerente de comunicação da Rede Ferroviária Federal S.A. (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Segundo o Sindicato dos Ferroviários do Estado de São Paulo, houve ontem operação tartaruga, não paralisação. José Mendes Botelho, presidente do sindicato, afirma que os funcionários não foram comunicados sobre o atraso no pagamento dos salários. Oseas de Carvalho, gerente de Comunicação da RFFSA, afirmou à Folha anteontem por volta das 16h que a empresa não tinha nenhum pronunciamento oficial sobre a greve. Leia também nota na seção Erramos.

Factoring e pré-datados
"A respeito da matéria de 7/04 divulgada informando que as empresas de factoring financiam crediário das lojas com a 'compra' de cheques pré-datados ou de carnês, permitimo-nos esclarecer que as empresas filiadas à Anfac seguem normas do seu Código Operacional e de Ética, ajustada à doutrina seguida universalmente, consagrada na Convenção Diplomática de Ottawa (maio/88) de que o factoring é um mecanismo de prestação contínua e cumulativa de serviços conjugada com a compra de créditos (direitos) resultantes das vendas efetuadas por sua clientela composta de pequenas e médias empresas notadamente do setor industrial, excluídas as transações de consumo representadas pela compra de produtos destinados ao uso pessoal, familiar ou doméstico. O factoring não existe para 'descontar' cheques pré-datados. Esta distorção tem sido tenazmente combatida por nós. Tanto é verdade que o nosso Conselho de Ética, acatando voto do seu presidente, o eminente jurista dr. Ives Gandra da Silva Martins, decidiu que as empresas filiadas à Anfac não podem fazer esse tipo de negócio, que refoge aos objetivos e aos conceitos da atividade do factoring, além de contrariar o disposto no artigo 28 da lei 8981/95 e a resolução do Conselho Monetário Nacional, nº 2144, de 22/02/95."
Luiz Lemos Leite, presidente da Associação Nacional de Factoring -Anfac (São Paulo, SP)

André Lara Resende às terças
"Bom de papo como era, o velho Otto Lara Resende na certa anda contando vantagens por aí. O texto de seu André (costumamos dizer assim, em Minas...) é de tirar o fôlego. Bateu de cara, sem falsos moralismos, sem lamentos, com uma questão central nessa era da informação. Vida vivida e vida percebida. Belíssima aquisição para nós, leitores."
Paulo Roberto Saturnino Figueiredo (Belo Horizonte, MG)

Ombudsman
"Brilhante, na forma e no conteúdo, o comentário do ombudsman Marcelo Leite de 2/04 sobre o caderno especial Tempo de Reformas deste jornal."
José Maria e Silva (Goiânia, GO)

"Certamente eu não seria capaz de ganhar o doce oferecido pelo ombudsman em sua 'Na ponta da língua' de 19/03 para quem conseguisse adivinhar o que é um 'girador'. Já sabendo do que se trata e conhecendo agora outras expressões que saíram do seu trem de associações paradigmáticas, lembro que dizer 'vou fazer um balão' ainda não entrou no rol das expressões 'que ninguém mais fala', pelo menos no Rio. Ainda é bastante comum dizer 'vou fazer um balão' (ou 'vou dar um balão') quando se quer dar a entender que se vai fazer uma volta com o carro. O único problema é que hoje no Rio fazer um balão muitas vezes esteja ligado à alguma infração no trânsito. Algo também bastante comum naquela cidade."
Jorge Espírito-Santo (São Paulo, SP)

Atlas histórico
"Parabenizo a Folha pela publicação do atlas histórico. Como professora de história achei esta publicação de muito valor, assim como tantas outras. Desta forma esse jornal prova mais uma vez sua seriedade e competência."
Maria de Fátima de Oliveira (São José dos Campos, SP)

Planejamento familiar
"É com muita expectativa que recebemos a notícia, ainda que tardia, de que o governo federal, por intermédio do Ministério da Saúde, deu início ao maior programa de planejamento familiar já realizado no Brasil. Através da distribuição gratuita de contraceptivos diversos, acompanhada da necessária orientação médica, estima-se que 7 milhões de mulheres sejam diretamente atingidas pelo programa. Pela primeira vez, o governo define com clareza quanto do orçamento será aplicado em planejamento familiar, indicando assim que pretende agir com eficiência e presteza nesse campo. Nosso desejo é o de que esta experiência seja bem-sucedida em todos os seus desdobramentos, devendo, para tanto, ser divulgada adequadamente em todos os setores da sociedade. Talvez essa seja a última chance que temos de romper o milênio com uma política eficaz de planejamento familiar."
Ricardo Izar, deputado federal pelo PPR-SP (Brasília, DF)

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