São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995 |
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Legislativo faz 5 gols e derrota o governo
GABRIELA WOLTHERS; SILVANA DE FREITAS
O resultado final de 5 a 3 só não foi pior porque os "executivos" jogaram durante cerca de cinco minutos com um jogador a mais. O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, entrou em campo sem esperar a saída do secretário do Tesouro, Murilo Portugal. "Vocês querem ganhar com maioria forçada", afirmou, rindo, o deputado Tilden Santiago (PT-MG), ao perceber a "manobra" governista. Técnico dos "legislativos", o deputado Paulo Paim (PT-RS) simulou irritação, invadiu o campo e paralisou a partida até que Portugal saísse de campo. O ministro Sergio Motta (Comunicações), que não jogou -disse ter machucado o pé direito- e que assumiu os papéis de "articulador técnico" e de chefe de torcida, aproveitou a confusão para também entrar em campo. Acabou sendo retirado pelos jogadores. O objetivo dos organizadores -entre eles, o chefe de gabinete de FHC, Francisco Graziano- era promover um encontro festivo com direito a churrasco. A revanche está marcada para maio, em campo do adversário -o Clube do Congresso. O jogo de "futebol society" (que tem campo e gols menores e em que jogam oito jogadores em cada time), marcado para as 10h, começou 40 minutos atrasado. Os "executivos" esperavam a chegada dos ministros Paulo Renato e Sérgio Motta (Comunicações). Já o "técnico" Paim tinha problemas para escalar os oito titulares entre os 25 atletas-parlamentares que se apresentaram. FHC decidiu dar o pontapé inicial do jogo mesmo sem os dois ministros. Paulo Renato chegou trajando uma camisa do Grêmio aos quatro minutos do primeiro tempo. Vestiu no próprio campo a camiseta azul dos "executivos". Sentado a cerca de dois metros do campo, FHC arriscou um placar de 3 a 2 no início do jogo. Não disse de quem seria a vitória. "Será do povo", desconversou. Nos dias que antecederam a partida, FHC, em tom de brincadeira, orientara o time do governo a perder. Segundo ele, nada melhor do que deixar os "legislativos" dominarem a partida para melhorar a relação com o Congresso. Também pediu que os "executivos" não revidassem agressões dos "legislativos". Os gols O primeiro gol do Legislativo, de pênalti, marcado por Wigberto Tartuce (PP-DF), aconteceu aos 22 minutos do primeiro tempo, depois de Paulo Renato colocar a mão na bola dentro da área. Não houve mais gols no primeiro tempo. No segundo, o Legislativo trocou quase todo o time (25 congressistas queriam jogar). Os "executivos" deram o troco no primeiro minuto do segundo tempo. Francisco Graziano chutou forte, sem defesa para goleiro Ricardo Gomide (PC do B-PR). Foi quando brilhou o deputado Francisco Rodrigues (PSD-RR). Em menos de nove minutos, fez três gols. "Esse goleiro é um desastre", disse FHC, referindo-se a Milton Seligman, secretário-executivo do Ministério da Justiça. O governo ainda fez dois gols. Mas o Legislativo não perdoou -o deputado Ronivon Santiago (PPR-AC) fechou o placar. Texto Anterior: Correção ainda está indefinida Próximo Texto: PL decide votar contra reforma da Previdência Índice |
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