São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995 |
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Compra de telefone leva consumidor ao Procon
DANIELA FERNANDES
Linhas pagas que não são instaladas no prazo e compra de telefones "frios" (que estão alugados) são as denúncias mais comuns no Procon e Decon (principais órgãos de defesa do consumidor). No ano passado, o Procon atendeu 2.930 consumidores que tiveram problemas para adquirir uma linha através de empresas -média de 244 reclamações por mês. Deste total, foram feitas 157 solicitações (problemas sem solução imediata com abertura de processo interno no órgão). A média de reclamações deve ser mantida este ano. Em janeiro, o Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) efetuou 292 consultas e 12 solicitações. O órgão ainda não divulgou os números de fevereiro e março. "O consumidor deve estar muito atento no momento de assinar um contrato de compra ou aluguel de telefones", diz Adriana Simões Fernandes, 27, supervisora de serviços e produtos do Procon. O Decon (Departamento de Polícia do Consumidor) recebeu desde o início do ano 40 denúncias. O órgão não fez levantamento do número de denúncias de 94. "A maioria das denúncias é de gente que pagou por linhas alugadas. E a segunda maior reclamação é de empresas fantasmas", diz o delegado Claudio Nomura, da 1ª Delegacia da Economia Popular. Maria Bertoncini, 34, assinou um termo de transferência de linha com a Mentel Telefones. Ela passou sua linha no centro para a Mentel esperando que uma linha fosse transferida para ela pela empresa no Paraíso. A linha foi instalada, mas não foi transferida para o seu nome e foi cortada após três meses. Segundo o dono da Mentel, José Enoilse Teixeira, a linha que deveria ter sido transferida não era sua. Ele descobriu isso após a transação e afirma ter depositado o valor da linha em juízo. Nomura diz que a empresa tem seis denúncias no Decon. Segundo o delegado Noumura, a empresa que mais tem recebido queixas é a FT Telefones Ltda -foram 12 só este ano. A costureira Edite Siqueira da Silva, 38, diz ter pago R$ 3.640 para a empresa por uma linha em Guaianazes (zona leste de São Paulo) no final do ano passado. Ela conta que alguns meses depois descobriu que a linha era alugada pela FT Telefones. "O proprietário apareceu aqui falando que não sabia de nada e que não tinha vendido telefone nenhum." Edite, que esperou três meses para obter a linha, diz que teve que devolvê-la e não recebeu os valores pagos. Procurado pela Folha, Francisco Pinheiro, dono da FT Telefones, não foi localizado para comentar o assunto. Texto Anterior: Apenas 10% das lojas abrem no domingo Próximo Texto: Mudança de linha é maior reclamação contra Telesp Índice |
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