São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Ameaças

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada indicava, ontem na televisão, um esvaziamento no conflito entre os ruralistas e o caixa dos brasileiros.
Pelo contrário, enquanto a cobertura de rotina registrava o esforço de paz dos ministros e líderes do governo, com novas manchetes do gênero "a bancada ruralista aceita negociar", nas redes alternativas de televisão o tom era outro.
Na CNT, por exemplo, que é do próprio ministro da Agricultura, informou-se que "os líderes ruralistas ameaçam aprovar na Câmara o limite de 12% para os juros", o mesmo já aprovado pelos senadores.
E ainda vem o presidente do Congresso, José Sarney, domingo de madrugada, na Manchete, dizer que esta legislatura é muito diferente.

Acordos
- Governo fecha o acordo e o salário mínimo sobe para cem reais em maio.
Pela manchete do Jornal Nacional, pode até parecer que foi o governo que arrancou do Congresso, depois de muito negociar, o aumento.
Pode parecer, na manchete. Mas a impressão, no todo dos telejornais, foi mesmo de que o Congresso levou mais uma.
Excluídos
Ontem na GNT, na televisão a cabo, um sinal de que está mudando o papel da Igreja Católica, ou de que está mudando a percepção da Igreja Católica por parte da sociedade:
- Sete entidades representando gays realizaram protesto ao lado da Igreja Nossa Senhora do Carmo, ontem, no centro do Rio. Protestaram contra a Igreja Católica, que excluiu os homossexuais da Campanha da Fraternidade deste ano, que trata dos excluídos.
E olha que foram bem poucos os excluídos da longa relação de "excluídos" da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB. Entraram dos presos, às crianças abandonadas, aos aidéticos.
Não basta, diziam as lideranças gays, mostrando estatísticas de milhares de assassinatos. "A Igreja Católica não pode se calar para isso", teria declarado o secretário da Associação Brasileira de Gays.
A Igreja Católica aos poucos volta a responder por tudo, a todos, no Brasil.

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