São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Banco argentino dá calote e é suspenso

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina suspendeu ontem temporariamente as operações do Banco de Mendoza (instituição de médio porte) pelo não-pagamento de aplicações financeiras vencidas dos clientes.
Para defender os correntistas da instituição, a Justiça também determinou o arresto de bens do Banco de Mendoza e multa no valor de US$ 62 mil. O Banco de Mendoza é uma entidade estatal e deverá ser privatizado.
O secretário de Finanças, Bancos e Seguros do Ministério da Economia da Argentina, Roque Maccarone, aumentou a desconfiança em relação ao sistema bancário ao afirmar que várias instituições não estão pagando aplicações financeiras.
Maccarone não disse quais são os outros bancos que não estão pagando em dia os depósitos a prazo fixo -aplicações que rendem juros após o prazo combinado.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, também contribuiu para gerar nervosismo no mercado financeiro ao adiar a implantação do seguro para depósitos bancários para depois das eleições presidenciais de 14 de maio.
"Vai surgir um sistema financeiro mais concentrado a partir do processo de fusão. Será um sistema melhor preparado e mais eficiente, com menos diferenças de taxas de juros entre as instituições", disse Cavallo, evitando comentar o seguro bancário.
As declarações de Maccarone e Cavallo tumultuaram o mercado de ações. A Bolsa de Valores de Buenos Aires caiu ontem 6,2%.
O mercado financeiro também reagiu mal ao anúncio de Cavallo de que 300 empresas estavam sonegando impostos mediante o uso de notas fiscais falsas.
Cavallo deu entrevista ontem ao lado dos seus principais assessores. Durante o último final de semana, ele reuniu-se com 100 técnicos para avaliar a crise argentina e discutir medidas caso o presidente Carlos Menem se reeleja.
A DGI (Dirección General Impositiva), semelhante à Receita Federal brasileira, divulgou lista das empresas sonegadoras, que inclui hospitais, seguradoras e a fábrica Celulose Argentina.
O presidente Menem disse ontem que "não haverá mudanças nas regras do jogo" caso ganhe as eleições em maio.

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