São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995
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Atendimento deficiente ameaça vida de atletas

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de estrutura dos postos médicos nos estádios e de atendimento especializado nos casos de contusões graves colocam em risco a vida dos jogadores do futebol paulista.
A conclusão é do neurocirurgião Fernando Wendel de Magalhães, após o acidente do atacante Viola, do Corinthians, quarta-feira passada.
O jogador sofreu traumatismo craniano (lesão na cabeça provocada por agente externo) após um choque com o volante Luisão, do Juventus.
Ainda dentro do campo, Viola teve espasmos e sofreu parada cardíaca. O atendimento ao jogador não seguiu as normas de segurança.
Inconsciente, Viola foi retirado do gramado em uma maca comum, sem imobilização. Depois, teve que ser transportado na Kombi do Corinthians, até o hospital do Unicór da rua São Gabriel.
"O primeiro atendimento e o transporte são fundamentais. Se eles forem equivocados, podem levar o paciente à morte", disse Magalhães.
Uma situação diferente de outros centros, como o da NBA (basquete profissional dos EUA), onde os atletas recebem atendimento de alto padrão ainda na quadra, antes de serem transportados.
O tenente Wilson Leite, da seção de Resgate do Corpo de Bombeiros -órgão especializado em atendimentos de emergência-, disse que seriam dois os procedimentos adotados em casos como o de Viola.
"A imobilização cervical, através de um colar próprio, poderia evitar sequelas como paralisia e parada cardíaca".
"Depois, ele deveria ser transportado devidamente, não em uma Kombi, até o hospital. Evitaria o chamado segundo trauma."
(AR)

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