São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Empresas citadas comentam os débitos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Edison Lobão (PFL-MA), um dos sócios da Destilaria Caiman, disse ontem que desconhece o valor da dívida da empresa, citada entre as 100 maiores devedoras inadimplentes do Banco do Brasil.
"Sou sócio minoritário e não dirijo a empresa. Mas suponho que seja devedora. Como todas as destilarias, ela é financiada pelo BB", afirmou.
O senador admitiu ter votado a favor dos ruralistas na sessão que anulou a cobrança da TR nos empréstimos agrícolas, na última quarta-feira.
"Depois de saber do prejuízo que a medida provocará ao governo, mudei de idéia. Se pudesse, mudaria o voto", afirmou.
Paulo Figueiredo, assessor de imprensa da SID Microeletrônica S/A, informou que, de fato, a empresa deve para o Banco do Brasil. Alega, no entanto, que o débito foi renegociado no dia 29 de dezembro. Segundo disse, o débito de R$ 6,9 milhões foi renegociado em três anos e meio.
O DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), órgão público federal relacionado entre os inadimplentes do BB, também reconheceu, por intermédio de sua assessoria de imprensa, o débito.

Liberação
O órgão informa que está aguardando a liberação de recursos do Tesouro Nacional para se acertar com o BB.
A Folha tentou fazer contato com o empresário Wagner Canhedo. Três de suas empresas (Brata, Viplan e Wadel) foram mencionadas na lista de inadimplentes do Banco do Brasil. Sua secretária disse ter repassado os dados a Canhedo, mas não retornou a ligação.
O mesmo ocorreu com a Fiat do Brasil, também incluída na lista do BB. O contato foi feito com a assessoria de imprensa da empresa, que ficou de conferir os dados. Às 20h, a assessoria informou que não localizou o diretor financeiro da empresa.
O diretor-superintendente do Curtume Berger, de Rolândia (Paraná), Roberto Berger, reconheceu que a empresa deve ao Banco do Brasil, mas contestou o valor citado na lista (R$ 9,38 milhões).
Berger diz que a empresa deve, no máximo, R$ 3 milhões. Segundo o dirigente, o valor exato da dívida só poderá ser fornecido após um levantamento detalhado.
A empresa Paes Mendonça também foi contatada na Bahia, mas não retornou aos telefonemas da Folha.
A Folha entrou em contato com a empresa Fribasa Indústria e Comércio, em Recife (PE). Ela aparece na lista como devedora de R$ 14,857 milhões. Às 18h45, o diretor, Raimundo Alves, não mais se encontrava na empresa.

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