| São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995 |
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Serviço de venda chega à TV e ao computador AMY SERAFIN AMY SERAFIN; PAUL OSKANE
Uma mulher de aparência simpática e maternal, usando óculos, aparece na tela da TV. Ela conta casos envolvendo seus filhos. Na semana anterior ela havia ido a Manhattan com sua amiga Pat. "Fazia um frio de congelar em Nova York, diz ela. "Mas eu estava usando este casaco. Graças a Pat, que me convenceu a comprá-lo. Tendo introduzido o artigo a ser vendido, ela mostra um casaco de falsas peles, com forro de tafetá de acetato e mangas soltas. Quem quiser ter o prazer de possuir um casaco semelhante, virtualmente indestrutível, deve ligar para tal número de telefone, com ligação gratuita. Não há tempo a perder; o tamanho 16 já está esgotado. Bem-vindo à Home Shopping Network (Rede de Compras em Casa). Quando passou a aparecer na televisão nacional nos Estados Unidos, em 1985, era um conceito revolucionário. Telespectadores solitários gostavam da balbúrdia promovida pelos apresentadores entusiasmados, e do apelo fashion das peles falsas ou do veludo de lã. Hoje há uma gigantesca batalha em andamento, e o objeto em disputa é o comprador pela televisão. A Home Shopping Network está brigando para reconquistar o primeiro lugar que perdeu para a QVC, cujas iniciais significam Qualidade, Valor e Conveniência. Juntas, as duas dominam um negócio que vale mais de US$ 2 bilhões. Seu sucesso atraiu dezenas de outros varejistas pela televisão, como a Catalog 1, um joint venture entre a Time-Warner e a Spiegel. Enquanto a Home Shopping Network tem como público-alvo as mulheres americanas de classe média e meia idade, o Catalog 1 se propõe a mudar a imagem do marketing pela televisão, prometendo ao comprador de poder aquisitivo mais alto "qualidade que você jamais imaginou encontrar na TV. A informática também vai às compras, mas até agora o telemarketing através de redes de computadores tem tido resultados decepcionantes. A maioria dos anúncios on-line depende de texto, sem imagens. Mas estão começando a surgir gráficos e imagens de video de baixa qualidade, que prometem mais chances às compras via computador. Depois que se opta por determinado produto, existe melhor maneira de pagar do que com dinheiro virtual? A Microsoft está entre as empresas que estão tentando desenvolver dinheiro vivo eletrônico. Disque-micro Um francês que ligar para o serviço telefônico gratuito operado da empresa de computadores Gateway 2.000 é saudado com um alegre "Bonjour". Seu correspondente alemão é acolhido, por outra linha gratuita, com um "Guten Tag". Ambos ignoram que os dois funcionários da Gateway atendendo suas chamadas na verdade estão trabalhando no mesmo prédio, em um subúrbio de Dublin. Duas empresas norte-americanas, a Dell e a Gateway, foram pioneiras na venda de computadores por telefone. Agora, as duas se lançam ao ataque do mercado multilíngue da Europa -com base na Irlanda. Quando um cliente liga para um serviço telefônico gratuito da Alemanha, a empresa de telefonia irlandesa Telecon Eireann a envia para a Gateway. A Telecom Eireann também acrescenta à chamada um tom que permite ao sistema de PABX da Gateway reconhecer imediatamente que ela foi feita em alemão e a transfere para um dos funcionários que falam este idioma. Tradução de Clara Allain e Gladys Wiesel Texto Anterior: ACOMPANHE A EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE 1792 A 1995 Próximo Texto: Informática cria mercado para anúncios eletrônicos Índice |
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