São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Explosão em obra mata um em Campinas

DA FOLHA SUDESTE

A explosão de um cartucho com 50 g de pólvora matou às 7h de ontem em Campinas (SP) o especialista em explosivos Antônio Barreto, 53, e feriu seu ajudante Joaquim Augusto de Carvalho, 59.
Os dois trabalhavam na demolição de uma parede com cerca de 1 m de espessura, na rua Barão de Jaguara, 1.373, centro da cidade.
Barreto tentava empurrar um cartucho de pólvora para dentro de um buraco na parede. O atrito entre a barra e a parede gerou uma faísca que causou a explosão.
A barra de ferro, com a explosão, atravessou a cabeça do especialista. Ele morreu na hora e seu ajudante foi atingido por estilhaços. Segundo a PM, o impacto da explosão pode explodir um carro. A polícia interditou a Barão de Jaguara entre as ruas Bernardino de Campos e Benjamin Constant.
O trânsito no centro de Campinas ficou lento até as 12h, quando o trecho interditado foi liberado. "O tráfego pelo quarteirão foi desviado porque havia risco de novas explosões", afirmou um PM que se identificou como Pereira.
O perito da Polícia Técnica de Campinas, Otávio Capasso, disse que havia na parede mais quatro buracos com cartuchos. Duas bombas foram detonadas e duas desativadas pelo tenente Marci Elber da Silva, do grupo Ações Táticas de Campinas, às 15h. A PM recolheu ainda no local 300 g de pólvora.
A casa, em estilo colonial e tombada pelo patrimônio histórico da cidade, passa por reformas para abrigar uma choperia, que deve ser inaugurada em junho.
Um dos sócios do empreendimento, Ciro Costa, disse que não sabia da utilização de pólvora pelos dois funcionários.
"Eu não sabia de nada. Quem fazia as explosões era o chefe", disse o ajudante Carvalho.
O diretor do Departamento de Urbanismo da prefeitura, Emilson Luiz Zanetti, 41, disse que Costa tinha alvará para fazer a reforma.
Segundo ele, não é competência da prefeitura fiscalizar o método a ser usado em demolições. O uso de explosivos só pode ser autorizado pelo Exército. Zanetti disse que a obra não será interditada.
O setor de Relações Públicas do Exército de Campinas não confirmou a permissão para o uso da pólvora até as 17h30 de ontem.

Texto Anterior: Boate foi depredada
Próximo Texto: Transexual brasileiro é preso na França
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.