São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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BC determina a liquidação do Banco Agrimisa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) determinou ontem a liquidação extrajudicial (divisão de bens de uma empresa para pagamento de credores) do Banco Agrimisa, de Belo Horizonte. A instituição possui dez agências e 219 funcionários.
O Agrimisa foi liquidado, segundo o BC, por não ter condições de pagar aos seus clientes um total de R$ 2,1 milhões em depósitos à vista e R$ 16 milhões em depósitos a prazo (aplicações).
Segundo nota do BC, o banco mantinha apenas 260 depositantes, pois já vinha reduzindo suas operações nos últimos meses.
O BC não deu nenhuma orientação sobre como os correntistas devem proceder para resgatar seus depósitos. O Agrimisa é o 12º banco em liquidação desde o real.
Os problemas do banco foram agravados pelo pedido de concordata (situação em que uma empresa adia os pagamentos a seus credores, para evitar falência) de dois grandes devedores, a Cooperativa Agrícola de Cotia e a rede de supermercados Unimar, da Bahia.
Há vinte dias, o banco vinha pedindo empréstimos diários ao BC, na chamada linha de redesconto -concedida às instituições que terminam o dia com mais saídas de recursos que entradas.
A liquidação extrajudicial foi decidida quando o banco solicitou ao BC um empréstimo de redesconto de R$ 54 milhões, sem dispor de garantias de pagamento.
O patrimônio líquido (bens e recursos próprios) do banco ainda é positivo, embora em um valor pequeno. Isto significa que a instituição dispõe de bens suficientes para pagar seus credores, porém apenas após o prazo acertado para o pagamento. Daí a liquidação.
O BC também declarou indisponíveis os bens dos ex-administradores do banco: Édson Piaggio de Oliveira, Fernando Henrique da Fonseca, Gilmar Roberto Pereira Camurra, Jeferson Fonseca de Góes, Marcelo Augusto de Menezes e Paulo Eduardo Belleza Colombino.

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