São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 1995
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Schumacher é declarado vencedor do GP Brasil

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Em uma decisão inusitada, o tribunal de apelações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) restabeleceu Michael Schumacher como o vencedor do GP do Brasil de F-1.
O mesmo aconteceu com David Coulthard, que foi reconsiderado como segundo colocado da corrida, realizada no dia 26 de março em São Paulo.
As equipes Benetton e Williams, porém, tiveram seus apelos negados e não receberam de volta seus pontos pelo Mundial de Construtores, após serem desclassificadas da prova devido a uso de combustível irregular.
Os dois times foram penalizados também com uma multa de US$ 200 mil cada um.
O resultado do julgamento realizado ontem em Paris na sede da FIA, que durou mais de 12 horas, acabou deixando Schumacher como líder do Mundial de Pilotos, com 14 pontos, seguido por Damon Hill, da Williams, com 10.
No Mundial de Construtores, a Ferrari, com 13 pontos, manteve a liderança, apesar do descenso de seu piloto Gerhard Berger, que fora alçado da terceira para a primeira colocação no Brasil até o julgamento de ontem.
A Williams manteve a segunda colocação entre as equipes, com dez pontos, sendo que a Benetton acabou superando a McLaren (sete pontos a quatro).
Schumacher e Coulthard haviam sido penalizados no Brasil por suas equipes terem utilizado um combustível não homologado junto à FIA.
Anteontem, a Elf, petrolífera francesa que fornece gasolina para as equipes Benetton (de Schumacher) e Williams (de Coulthard), anunciou que havia cometido um engano na identificação da gasolina enviada a São Paulo, o que teria causado a confusão.
A retratação -antes, a companhia havia se eximido de culpa e acusado a FIA de negligência- parece ter surtido efeito.
Apesar de a punição às equipes ter sido mantida, o apelo em favor dos pilotos foi considerado pelo tribunal formado por quatro juristas independentes -um de Portugal, um da Bélgica, um da Grécia e um da Holanda.
Segundo comunicado feito pelo porta-voz da FIA, Martin Whitaker, logo após o anúncio da decisão, o tribunal entendeu que os pilotos não obtiveram vantagem técnica por terem utilizado o combustível irregular.
A própria FIA já havia divulgado que o combustível da Elf não estava fora dos padrões normatizados pelo Artigo 16 do regulamento da categoria.
O único problema é que ele não havia sido homologado previamente junto à entidade, um procedimento requerido.
Frank Williams e Flavio Briatore, acompanhados de seus advogados, representaram a Williams e a Benetton na reunião de ontem.

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