São Paulo, sexta-feira, 14 de abril de 1995
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De pai para filho; Retorno dos desesperados; Farol de milha; Esquimós da Brahma; Unidade mundial; Privilégios injustos; Ironias com o vizinho; Cópia americana; Sugestão fora de hora; Caos no trânsito

DE PAI PARA FILHO

"Um tanto surrealista a conversa entre o prefeito Paulo Maluf e o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, publicada dia 12/04 na Folha sob o título 'Corinthians estuda troca pelo Pacaembu'. Como a presidência do Corinthians pode querer pagar parte do Pacaembu (estádio da prefeitura) com um terreno que é da própria prefeitura? Sim, porque o terreno de 197.095.14 m2 que entrou na discussão foi cedido pela prefeitura em regime de concessão de direito real de uso em setembro de 1988, o que não confere ao usuário o título de propriedade do terreno. Se uma transação desse tipo for efetuada estaremos diante de um ilegítimo negócio de pai para filho. O pai deu o terreno, e posteriormente o filho o devolve para o pai como parte de pagamento de um negócio em que o maior beneficiário será o próprio filho. Só que nesse caso, o maior prejudicado é o contribuinte."
Sérgio Rosa, vereador pelo PT (São Paulo, SP)

Retorno dos desesperados
"Mais uma vez assistimos o roteiro do 'retorno dos desesperados'. São aqueles que votaram no PSDB e em velhos políticos, que estão arrependidos. Recentemente o sr. Ricardo Tripoli e companheiros da Assembléia Legislativa estipularam três dias de trabalho na semana, sob a perversa alegação de aumento de produtividade. Poderiam estender esse magnífico privilégio em forma de lei, para as empresas privadas, pelos mesmos motivos e com os mesmos benefícios salariais, é claro. Depois, só faltará reinventar a roda... Dentro de três anos voltaremos a ouvir a mesma lengalenga, com discursos de austeridade, iludindo os incautos. Até quando?"
Eduardo Romanini Resstom (São Paulo, SP)

Farol de milha
"Que alegria para os brasileiros -e para os cariocas em particular- ter um conterrâneo como Antonio Callado. Correspondente do 'Jornal do Brasil', em Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, e único repórter latino-americano no Vietnã do Norte em guerra com os Estados Unidos, esse grande jornalista ainda gravou seu nome em letras garrafais na história da literatura brasileira com livros como 'Quarup', para citar apenas um. Callado podia fazer jus a seu nome e ficar sentadinho na Academia sorvendo seu merecido chá. E a gente já se daria por muito satisfeito. Mas, não. Beirando os 80 anos, ele nos brinda todo sábado com os mais bonitos e pertinentes artigos da imprensa brasileira (responsáveis, aliás, por minha assinatura da Folha). E agora, qual adolescente incendiário, lidera o grupo de indignados da ABL com a indicação de Roberto Campos para o Prêmio José Ermírio de Moraes. Que 'lanterna na popa' que nada. Antonio Callado é o nosso 'farol de milha na proa'!"
Rosa Maria Ferreira Lima (Rio de Janeiro, RJ)

Esquimós da Brahma
"Muito oportuno o comentário de Josué Machado na edição de sábado (8/04) sobre os equívocos no comercial do guaraná da Brahma. Num país como o nosso, com baixo nível de escolaridade, todos os trabalhos de comunicação e as campanhas de propaganda devem sempre se preocupar em transmitir informações corretas. Esperamos que a Brahma e sua equipe de propaganda mudem o conteúdo do comercial que coloca esquimós no pólo Sul, onde eles nunca estiveram."
Mario Ernesto Humberg, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Relações Públicas (São Paulo, SP)

Unidade mundial
"O diagnóstico do esgotamento dos Estados nacionais soberanos como forma de administração dos povos é correto, e a aceitação da consequente necessidade do surgimento de novas instituições para atender às exigências da globalização parece estar aumentando entre os formadores de opinião. A Folha tem se mostrado atenta e dedicada em refletir e manifestar aos seus leitores, de forma pertinente e sensível, estas inéditas inquietações com que se depara a humanidade. Sinto-me motivado a compartilhar com os senhores editores, a visão bahá'í de unidade mundial, estabelecida nos ensinamentos de Bahá'u'lláh (1817-1892), o profeta persa fundador da Fé Bahá'í. Os bahá'ís acreditam que os princípios enunciados por Bahá'u'lláh representam a base fundamental de consecução da superação da presente ordem por uma nova ordem mundial, sem paralelo no passado da história humana, de características supranacionais, onde a total interdependência dos Estados será consolidada sob o gerenciamento de uma Federação Mundial de Nações, representativa dos povos da terra."
Ozir Francisco de Andrade Zotto (Curitiba, PR)

Privilégios injustos
"Sinto-me insultado com a repulsiva defesa da manutenção de privilégios injustos feita pelo deputado Heráclito Fortes com relação às aposentadorias dos congressistas."
Alcer Lima de Abreu (Ribeirão Preto, SP)

Ironias com o vizinho
"Os meios de comunicação têm feito ironias e pouco caso pela reeleição do presidente Fujimori. Vamos olhar para o nosso quintal antes de espiar o dos vizinhos?"
Gijo Kikuti (São Paulo, SP)

Cópia americana
"A sociedade brasileira continua copiando o que há de pior nos costumes norte-americanos, como vem ocorrendo atualmente com o combate ao hábito de fumar. Incentiva-se uma verdadeira guerra e o 'apartheid' contra uma parcela minoritária da sociedade, deixando sem resposta as seguintes indagações: Qual é o percentual de doenças de pulmão que devem ser atribuídas à poluição gerada por veículos automotores e chaminés de fábricas nos grandes centros urbanos? Por que é baixa a incidência de doenças pulmonares entre habitantes de áreas rurais, mesmo entre fumantes inveterados? Por que é baixa a incidência de problemas cardíacos entre os japoneses, maiores consumidores per capita de cigarros no mundo?"
Sergio C. Neumayer (Rio de Janeiro, RJ)

Sugestão fora de hora
"Sinceramente, é o cúmulo abrir o jornal dois dias seguidos e ver publicadas na seção Frases singelas mensagens ao presidente Fernando Henrique de alguém que deveria desaparecer do noticiário: Fernando Collor de Mello. Como se já não bastasse aquela fotografia que fez parte da primeira página deste jornal, agora este senhor vem querer dar sugestões ao governo ou, pretensiosamente, criticá-lo."
Ana Paula Mira (São Paulo, SP)

Caos no trânsito
"O trânsito na cidade anda caótico. Vários fatores contribuem para isto: o grande aumento no número de veículos, os buracos, as obras. Tudo isto provoca os grandes engarrafamentos, mas grande parte da culpa deve-se creditar à inoperância da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que na maioria das vezes é omissa e quando atua o faz mal. Sem muito procurar, podemos ver nas ruas semáforos com tempo totalmente equivocado, desvios mal feitos e outras aberrações."
José Raimundo Gonçalves (São Paulo, SP)

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