São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995 |
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Benedita vai tentar reativar baile funk PMs subiram no morro atirando AZIZ FILHO
Benedita é da igreja Assembléia de Deus e diz que não bebe álcool, não joga, não fuma e não dança. Mora com o marido Antônio Pitanga (ator e vereador do PT) e com a enteada Camila Pitanga (atriz e modelo) em frente à quadra comunitária onde o baile é realizado, há quatro anos, ao ar livre. Na sexta-feira da semana passada, pelo menos 20 policiais militares subiram o morro para apreender, a pedido de fiscais da Prefeitura do Rio, equipamentos da associação de moradores do morro usados no baile, que não tem alvará. Segundo Benedita, os policiais subiram por volta das 20h e, atirando para cima, obrigaram pessoas a se jogar no chão da quadra. "Não tinham mandado nenhum. Colocaram crianças na parede. Meus netos estavam lá", disse Benedita. "O que fiz foi impedir um massacre porque a comunidade, indignada, ia para o confronto", afirmou a senadora. As negociações foram até 2h de sábado. O baile começou às 3h, com a condição de que fosse suspenso nos dias seguintes. Com novas rodadas de negociação, a Secretaria de Segurança liberou os bailes a partir de sexta-feira, desde que o som seja abaixado à meia-noite. A coordenadora da associação de moradores do Leme, Vanda Cordeiro, 50, que ajudou Benedita a evitar o confronto, diz que, por ser um baile funk sem violência, o do Chapéu Mangueira atrai pessoas de outros bairros. "Isso incomoda. São uns 3.000 jovens, que fazem muita algazarra quando saem, mas o funk é um fenômeno que não se pode evitar", afirmou. A associação elaborou um projeto de concha acústica para diminuir o alcance do som. Benedita comparou a repressão aos bailes funks às perseguições que sofria, há 40 anos, nas rodas de capoeira no centro da cidade. Texto Anterior: Deputado fazendeiro é um dos devedores do Banco do Brasil Próximo Texto: Mesa recebe projeto sobre desaparecidos Índice |
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