São Paulo, sábado, 15 de abril de 1995
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Portugueses provocam impasse nas negociações da "guerra do linguado"

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

A negociação entre embaixadores da UE (União Européia), em Bruxelas (Bélgica), para encontrar um acordo sobre a pesca do linguado no Atlântico Norte chegou ontem a um impasse provocado por Portugal.
Quando os representantes dos países estavam prestes a um acordo, os portugueses exigiram um aumento na sua cota de pesca do linguado da Groenlândia. O conflito sobre a pesca na região agravou-se no mês passado, quando o governo do Canadá apreendeu a traineira espanhola Estai fora do limite de 200 milhas das águas territoriais canadenses.
A Organização para a Pesca do Atlântico Norte estabeleceu pela primeira vez este ano cotas para a captura do linguado. Descontentes, espanhóis exigiram suplemento nas cotas da UE.
Para resolver o problema, o Canadá propôs que sua cota de linguado para 95 fosse de 10 mil toneladas. A UE ficaria também com 10 mil, de um total de 27 mil determinadas para o ano.
A parcela da UE é utilizada em 80% pela Espanha e 20% por Portugal. Para satisfazer os espanhóis, embaixadores europeus permitiram aumento na cota do país. Mas Portugal exigiu que sua parcela também fosse aumentada para que fosse mantida a proporção de 80% e 20%. As cotas suplementares seriam tiradas provavelmente da parcela determinada anteriormente para a Rússia.
Os países que pescam no Atlântico Norte, perto do Canadá, determinaram no ano passado uma drástica redução na quantidade máxima de linguado a ser pescada em 95 para evitar o desaparecimento dos peixes.
No ano passado, apenas a UE pescou 44 mil toneladas, quase o dobro do total determinado para região em 95. A maioria dos barcos europeus a região pertence à Espanha.
Embaixadores da UE acreditavam que um acordo ainda poderia ser definido ontem à noite, mas avaliava-se que as discussões se prolongariam pelo fim-de-semana

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