São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Brasil pode mudar contra russos

RICARDO SETYON
ESPECIAL PARA A FOLHA, DO QATAR

A seleção brasileira espera uma partida difícil hoje, às 11h15 (horário de Brasília), contra a Rússia. O jogo vale pelo Mundial de juniores, que está sendo disputado no Qatar.
O Brasil é considerado favorito depois dos resultados da primeira rodada do Grupo A, quando venceu a Síria por 6 a 0. A Rússia apenas empatou em 1 a 1 com a fraca seleção do Qatar.
Uma vitória hoje garante a passagem do Brasil às quartas-de-final do Mundial. Participam do torneio jogadores de até 19 anos.
O técnico brasileiro, Jairo Leal, tenta conter a euforia de seus jogadores -"6 a 0 não é um resultado normal e a Rússia não é a Síria", afirmou ontem à Folha.
Leal acredita que os russos não vão se expor contra o Brasil. "A Rússia vai jogar duro, forte. Eles precisam se recuperar do empate contra o Qatar, mas devem fazer um jogo retrancado, saindo nos contra-ataques", afirmou.
Segundo o treinador, a técnica dos jogadores brasileiros será fundamental para furar a defesa russa.
Leal ainda não definiu a equipe que entra em campo. "Devo manter mesmo time que venceu a Síria, mas ainda tenho dúvidas quanto ao meio-campo", afirmou.
O técnico não sabe se manterá como titulares os meio-campistas Claudinho (da Ponte Preta) e Élder (Novorizontino).
No lugar deles, poderiam ser escalados Denílson (São Paulo) e Murilo (Inter-RS), respectivamente. Os dois entraram no segundo tempo contra a Síria e tiveram boa atuação.
O destaque da partida de estréia do Brasil foi o centroavante Reinaldo (Atlético-MG), que marcou três dos seis gols brasileiros.
A seleção realizou ontem um treino descontraído no estádio Al-Arabi, que é decorado com quatro gigantescos retratos dos xeques e emires líderes do Qatar.
O atacante Caio (São Paulo) e o volante Zé Elias (Corinthians) atuaram improvisados no gol.
"Se tiver um espião russo por aqui, vai pensar que o goleiro titular sou eu, e o Caio é o reserva. Vão ter uma bela surpresa", brincou Zé Elias.
As delegações dos países cristãos participaram ontem de uma missa em comemoração à Páscoa.
A iniciativa partiu do presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange. Foi preciso um permissão especial do governo do Qatar, país árabe de religião islâmica.

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