São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 1995
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Israel mata três radicais palestinos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Soldados israelenses mataram três guerrilheiros islâmicos ontem em tiroteio na cidade de Hebron (na Cisjordânia, território ocupado por Israel em 1967).
Segundo o Exército de Israel, os três eram membros do Hamas (palavra que pode ser traduzida como "fervor" e é sigla de Movimento de Resistência Islâmico).
Eles foram mortos em uma operação de combate à guerrilha, organizada em conjunto pelo Exército e pelo serviço secreto de Israel.
"Os três eram responsáveis por vários ataques em que morreram seis civis israelenses", diz comunicado do Exército israelense.
O Hamas se opõe ao compromisso de paz assinado em 1993 por Israel e OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
Segundo esse compromisso, a faixa de Gaza e a cidade de Jericó (Cisjordânia), áreas ocupadas em 1967 por Israel, passaram a ser administradas de forma autônoma pelos palestinos em 1994.
O primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, disse ontem que concordaria com um Estado palestino limitado à faixa de Gaza.
Mas Israel não retirou colônias judaicas implantadas em Gaza, uma das exigências de grupos radicais como o Hamas e a Jihad Islâmica ("guerra santa pelo Islã").
A Autoridade Nacional Palestina (ANP), que administra os territórios autônomos, lançou, após atentados que deixaram dez mortos domingo passado, uma operação contra os radicais, prendendo militantes do Hamas e da Jihad.
Na sexta-feira, a ANP firmou uma trégua com o Hamas. Mas o líder palestino Iasser Arafat ainda exigia dos guerrilheiros que não fizessem ataques a israelenses.
Ontem um tribunal militar estabelecido pela ANP em Gaza condenou dois ativistas do Hamas, Mohammad Abu Shamala e Riad al Atar, a dois anos de prisão.
Temendo ataques durante o feriado de Pessach (uma espécie de Páscoa judaica), o Exército israelense voltou ontem a impor toque de recolher em Hebron.
A cidade é um dos maiores focos de violência na região. Lá palestinos mataram a tiros dois judeus no mês passado, e o colono judeu Baruch Goldstein massacrou 29 fiéis muçulmanos em 1994.
O cenário do massacre foi uma mesquita onde ficam as tumbas dos patriarcas, local sagrado para judaísmo e islamismo.
Em Jesusalém, na igreja do Santo Sepulcro, onde se acredita estar enterrado Jesus Cristo, o patriarca Michel Sabah disse ontem na missa de Páscoa que árabes e judeus extremistas devem aprender a partilhar a Terra Santa.

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