São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Acordo vai afetar pouco o uso da língua

DA REDAÇÃO

O acordo para a unificação ortográfica da língua portuguesa vai afetar bem pouco o dia-a-dia dos brasileiros. Na verdade, quatro mudanças serão mais sentidas.
A primeira grande alteração é a que determina o fim do acento nos ditongos "ei" e "oi" da sílaba tônica das palavras paroxítonas.
Pela nova regra, termos de uso corriqueiro como "idéia" e "assembléia", por exemplo, passam a ser grafados sem o acento. Assim também epopéia, boléia, encefaléia etc.
Também mudam aquelas palavras em que a mesma vogal aparece dobrada e a primeira delas carrega o acento circunflexo: "lêem", "crêem", "povôo" e "vôo" passarão a ser escritas como "leem", "creem", "povoo" e "voo".
A terceira grande modificação é o fim do famoso acento diferencial, utilizado para distinguir duas palavras que são escritas da mesma maneira.
O acento já não tinha muito sentido, pois havia casos em que era usado para que não se fizesse confusão entre "pólo" (substantivo) e "polo" (uma contração entre a preposição "per" e o artigo "o", completamente em desuso).
Com a mudança, além de pólo e polo, também vão deixar de ter o acento diferencial as duplas de palavras "pera" (preposição "per" mais o artigo "a") e "pêra" (a fruta), "pêlo" (substantivo) e "pelo" ("per" mais "o") etc.
Fica mantido, entretanto, o acento para diferenciar no verbo "poder" a forma "pôde" (passado) da "pode" (presente).
A outra alteração importante é o fim do trema, que indica quando o "u" e pronunciado: "freqentar", "lingiça" etc. As mudanças menores são o fim do acento nas (pouquíssimas) palavras paroxítonas em que ocorre um hiato entre um ditongo e as vogais "i" e "u" , como em "baiúca" e "feiúra", e a inclusão das consoantes k, w e y no alfabeto. As três já são usadas quando mencionamos nomes e lugares estrangeiros, como Kant e Taiwan.
Revisão
O decreto-legislativo que aprovou o texto do acordo teve como relator o senador Josaphat Marinho (PFL-BA).
Pelo decreto, qualquer ato que implique revisão do acordo tem que ser submetido à apreciação do Congresso.

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