São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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Preços de automóveis disparam no México

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

A Procuradoria Federal do Consumidor anunciou aumentos de preços em vários produtos básicos esta semana. Os refrigerantes sobem 30%, o presunto, 4,5%, e carnes e enlatados, 9%.
A indústria automobilística também anunciou aumento médio de 32% nos preços dos carros nacionais. Os importados tiveram incremento de 52%.
O carro mais barato produzido no país -o Volkswagen Sedan (Fusca)- subiu 35,3%, passando a custar 36 mil novos pesos, o equivalente a US$ 6.000.
O setor automobilístico está sofrendo bastante com a crise. No primeiro trimestre, registrou baixa de 50% na produção e anunciou que cerca de 55 mil pessoas poderão ser despedidas até dezembro.
Victoria Reyes, diretora da Profeco (organização de defesa do consumidor) reconhece que há aumentos generalizados em vários setores da economia. Ela recomenda que a população se organize em "grupos de compra" .
Segundo a Profeco, alimentos importados aumentaram, em média, 62% no primeiro trimestre.
Para muitos especialistas, a taxa anual de inflação irá superar em muito os 42% previstos pelo governo no plano econômico.

Petróleo
O volume das exportações de petróleo mexicano caiu 6,4% no primeiro trimestre de 95, em relação ao mesmo período de 94.
Nos três primeiros meses do ano passado, o México vendeu 1,33 milhão de barris do produto, contra 1,25 milhão este ano.
Contudo, a recuperação do preço do petróleo no mercado internacional permitiu um aumento de 25% nas receitas auferidas através das exportações. Os dados são da Pemex (Petróleos Mexicanos).

Plano de ajuste
O governo dos EUA reafirmou ontem apoio à política econômica do presidente Ernesto Zedillo.
"A situação mexicana já está se revertendo", disse o secretário de Estado dos EUA, Warrem Christopher, durante a conferência sobre desarmamento nuclear realizada na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.
Segundo Christopher, o plano econômico do México conta com total respaldo da Casa Branca e já está restaurando a confiança dos investidores estrangeiros no país.

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