São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 1995
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México apresenta em Nova York divergências sobre acordo nuclear

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estados Unidos e México tentaram acertar ontem suas divergências sobre a renovação do Tratado de Não-Proliferação nuclear, conhecido pela sigla TNP.
Uma reunião em Nova York deve decidir até o dia 12 de maio se renova o tratado indefinidamente ou por tempo limitado.
O maior acordo nuclear do planeta, com 178 países signatários, entrou em vigor em 1970 por um período de 25 anos. O período acabou este ano.
quatro dos cinco países que admitem ter armas nucleares -EUA, Reino Unido, França e Rússia- são favoráveis à renovação do acordo por tempo ilimitado (a quinta potência nuclear, a China, não divulgou sua posição).
México, Indonésia, Irã, Egito, Nigéria e outros países oficialmente sem armas atômicas criticam essa proposta, dizendo que ela não contribui para o desarmamento real das potências nucleares.
Para quem não tem armas atômicas, o acordo proíbe sua compra e impõe inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica se houver suspeitas de uso não-pacífico de instalações nucleares.
Essa situação, para os países que se opõem à renovação ilimitada como o México, contribuiria para manter as atuais potências nucleares armadas.
Os EUA, porém, citam o atual processo de desarmamento como um passo legítimo rumo a um mundo sem armas atômicas.
"Espero que o México se una à coalizão internacional para apoiar a extensão objetiva e indefinida do tratado, disse Warren Christopher, secretário de Estado dos EUA (cargo equivalente ao ministro das Relações Exteriores).
Após reunir-se com Christopher, o ministro das Relações Exteriores mexicano, José Angel Gurria, não chegou a afirmar que seu país votaria contra proposta dos EUA. Mas disse que tentaria aprimorar o texto do tratado.
Para a renovação ilimitada, as potências nucleares precisam de 90 votos (maioria simples).
A França, uma das cinco potências, fez ontem uma advertência para o risco de um eventual "enfraquecimento do TNP.
Segundo o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, o tratado é um dos "pilares da segurança internacional.
Na América Latina, a Argentina apóia renovação ilimitada do TNP. O Brasil não é signatário do tratado, por considerá-lo desigual, mas aderiu ao Tratado de Tlatelolco, que torna a América Latina livre de armas nucleares.

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