São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Estudo analisa planos coreano e brasileiro

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Não fossem os seguidos desacertos de sua política econômica, o Brasil teria hoje o dobro de sua riqueza produzida anualmente (Produto Interno Bruto), o que daria cerca de US$ 1 trilhão -quase o dobro da economia do Canadá, um dos sete países mais ricos do mundo. Isso representaria uma renda por habitante de aproximadamente U$ 6 mil, pouco abaixo de Portugal ou Grécia.
É o que se conclui de documento produzido pelo FMI, comparando as economias da Coréia do Sul e Brasil. Esse é um dos trechos de um texto analisando as perspectivas mundiais, preparatório ao encontro do FMI e Banco Mundial, a ser iniciado hoje, marcado pelo impacto da crise mexicana.
As perspectivas brasileiras de crescimento são boas. Desde que, adverte o FMI, prossigam os esforços para reformar o Estado e liberalizar a economia.
O estudo compara os desempenhos econômicos de Brasil e Coréia do Sul nos últimos 30 anos para mostrar os efeitos perversos ou positivos da estabilização.
Ambos os países, nas décadas de 60 e 70, tinham indicadores muito próximos: renda por habitante e a taxa de crescimento do PIB. Também eram parecidos em seu comércio exterior.
O ponto de divergência começou no início da década de 80. A razão, de acordo com o FMI, está na decisão da Coréia em apostar num duro programa de combate à inflação e, ao mesmo tempo, no estímulo à exportação.
O Brasil perdeu tempo em tentativas frustradas de estabilização, com idas e vindas, tentando mais controlar preços e salários do que reduzir os gastos do Estado e manter o fluxo de dinheiro apertado.
Atribui-se ao ex-presidente Fernando Collor o momento de virada, com maior ênfase em corte de gastos e abertura econômica.
A implementação dessas medidas vão assegurar, segundo o FMI, a manutenção mais sólida das taxas de crescimento da economia brasileira. Fora disso, esses avanços estariam "ameaçados".

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