São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995 |
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Jogadores do Palmeiras atacam os colegas
MARCELO DAMATO
Os mais revoltados eram o meia Válber e o zagueiro Antônio Carlos, capitão do time. Válber acusou a defesa pela derrota. "A gente fica o jogo todo atrás e, depois, quando tínhamos o jogo na mão, a defesa dá uma moleza dessas? Desse jeito, não dá para ganhar mesmo!", afirmou Válber, exaltado. Antônio Carlos criticou a falta de empenho de alguns colegas. "Qualquer um pode atacar. Não precisa ficar esperando ordem do banco", disse. O lateral-esquerdo Roberto Carlos, um dos mais tranquilos, afirmou que, no lance do gol, "não houve falha da defesa, mas méritos de Juninho" (que deu o passe para Bentinho marcar o gol). O meia Mancuso atacou o técnico Telê. "O clássico não foi violento, mas apenas jogado como um clássico deve ser. Quero ver o Telê dizer que o São Paulo só joga futebol. O Donizete pega muito duro", disse o argentino. Espinosa, na porta do vestiário, mostrava aborrecimento pela derrota, mas estava mais interessado com o resultado do "laboratório". "Essa partida não interessava muito em si. Eu estou mais preocupado com o jogo contra o Bolívar, em La Paz (pela Libertadores)", explicou. "É por isso que não fiz nenhuma substituição, nem mesmo depois que levamos o gol." Segundo Espinosa, o Palmeiras jogou recuado, contrariando suas características, porque esse esquema será usado em La Paz, na quarta-feira. Para esse jogo, a maior preocupação é evitar que os jogadores se desgastem demais e fiquem muito cansados ao final da partida. "Naquela altitude, é a única coisa possível. Teremos que jogar com aproximação e penetração, e sem explosão. Se não, vamos nos arrebentar." Espinosa disse que espera a liberação do atacante Edmundo, que está suspenso. "Ele já está fazendo muita falta." O vice-presidente do Palmeiras, Seraphim Del Grande, disse que só hoje vai saber se o jogador poderá atuar. A escalação depende de decisão do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio. "A Confederação Sul-americana já o liberou, mas temo que se ele jogar sem o aval do STJD, o tribunal pode se sentir ofendido e aumentar ainda mais sua suspensão", disse o dirigente. Espinosa colocou a situação em outros termos: "Vamos bater na madeira para que ele jogue." Texto Anterior: Bentinho quebra tabu pessoal Próximo Texto: Juiz apóia o intercâmbio Índice |
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