São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995 |
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Procura-se o rock desesperadamente
ANTONINA LEMOS
Em dezembro os roqueiros paulistas ficaram órfãos. A 97 FM, antes "rádio rock", mudou de programação. Virou dance. Restaram as tradicionais 89 FM e Brasil 2000, que continuam fiéis ao bom barulho. Segundo o diretor artístico da 97, Lélio Teixeira, a rádio mudou de programação porque o rock, segundo ele, não é viável comercialmente. "O rock passa por uma fase crítica no mundo inteiro. Hoje para ter ouvintes é melhor tocar dance", diz. Rita Talermi, programadora da 89, discorda. "O público de rock é fiel. Dance music é descartável", diz. A rádio toca rock há dez anos e, segundo números do Datafolha, ocupa o 10º lugar de audiência. Os produtores do programa recifense "Mangue Beat" também acreditam no rock como filão. O programa estreou em janeiro e já é o campeão em número de ouvintes no horário em que vai ao ar, das 20h às 21h, diariamente. O programa segue os mandamentos do movimento "Mangue Beat" -que projetou bandas como Chico Science e Nação Zumbi e Mundo Livre S.A.. Ou seja, muita informação e variedade. Ele vai ao ar pela rádio Caetés FM, que antes só tocava grandes sucessos, de segunda a sexta. "O programa dá certo porque tem um monte de gente interessada em ter informação", diz Renato L., um dos programadores do "Mangue Beat". Renato costuma misturar Racionais com Nirvana e Jackson do Pandeiro com Planet Hemp. Isso sem deixar de dar espaço para as novas bandas do Recife. Iniciativas assim não são privilégio dos pernambucanos. A rádio Felusp, de Porto Alegre, também está investindo pesado em bandas novas. Todas as segundas-feiras, às 20h, vai ao ar o programa de rock "Segunda Sem Lei". A repercussão tem sido tão boa que a rádio vai lançar, junto com o selo Banguela, da Warner, uma coletânea com quinze bandas gaúchas que tocam no programa. Texto Anterior: CD mostra o melhor da deprê dos anos 80 Próximo Texto: Rio ganha nova "rádio rock" Índice |
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