São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 1995
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Anos 90 são dos americanos

BIA ABRAMO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se os anos 80 foram ingleses, os 90 são americanos -e ainda não acabaram. Com exceção da dance music, a Inglaterra vive um surto de falta de originalidade e energia -e não dá demonstrações de estar próxima de superá-lo.
Na verdade, o problema não está nem no rock inglês nem no norte-americano. O buraco é mais embaixo. O que parece estar acontecendo é que, depois do Nirvana, a próxima "grande coisa" ainda não aconteceu -nem na Inglaterra nem nos Estados Unidos.
Mesmo assim, ainda são os EUA que têm condições produzir as bandas mais interessantes. Os ingleses estão há mais ou menos dez anos procurando os novos Clash, Cure e Smiths -só para citar alguns grupos dos anos 80, que não só conseguiram posições expressivas nas paradas americanas como também no resto do mundo.
Nos EUA, a simplicidade pop e vêemencia punk resgatadas pelo que foi chamado de "som de Seattle" ou "grunge" permaneceram como atitude e em grupos como o Smashing Pumpkins e o Mudhoney. Ou receberam versões auto-irônicas, como o Beck, responsável por um dos melhores discos de 94, "Mellow Gold".
Isso sem falar do saudosismo fora de hora do Green Day e Offspring, fenômenos do eterno retorno da música pop.

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