São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995 |
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Partidos pressionam FHC por ministérios
JOMAR MORAIS
A intenção de FHC era resistir às exigências que possam descaracterizar o perfil que ele próprio traçou para seu governo. "Maioria aritmética no Congresso qualquer governo pode ter. Basta distribuir cargos", diz o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal. "Mas acho que ao presidente interessa, sobretudo, ter maioria política. E isso exige coerência entre aliados", afirma. Na prática, o governo trabalha com as concessões possíveis no segundo escalão. E espera que isso seja suficiente para atrair a bancada do PPR no Congresso. Na quarta-feira, depois de conversar com o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge -administrador da partilha de cargos no segundo escalão-, o líder do PPR na Câmara, Francisco Dornelles, dava como certo o ingresso de seu partido no governo. A adesão pode ser oficializada na manhã de quinta-feira, quando as bancadas e os governadores da legenda se reunirão em Brasília para tratar do assunto. As conversações com o Planalto avançaram tanto que dificilmente Paulo Maluf, um dos cardeais do partido, teria como se opor à corrente. A aproximação com o governo é decorrência da pressão de parlamentares que querem verbas e cargos. A bancada na Câmara já se movimenta até para capturar o Ministério da Indústria e Comércio, onde Dorothéa Werneck está isolada.No PMDB, a questão é mais complexa. O líder do partido na Câmara, Michel Temer, acha que o partido só poderá definir-se em relação ao governo após a eleição no Diretório de São Paulo, no final de maio. Então se saberá se a ala ligada ao ex-governador Orestes Quércia sairá com força para impor sua proposta de levar o PMDB incondicionalmente para a oposição. Para Michel Temer, se FHC desse mais poder ao Ministério dos Transportes, ocupado pelo peemedebista Odacir Klein, e fortalecesse a Secretaria de Desenvolvimento Regional, onde outro peemedebista, Cícero Lucena, está de mãos atadas, já daria para apagar o incêndio. Na semana passada, Michel Temer chegou a propor ao presidente que transformasse a Secretaria de Desenvolvimento Regional em Ministério do Interior. Fernando Henrique disse não. Texto Anterior: Senador quer obra de R$ 5,7 mil para manter sigilo em seu gabinete Próximo Texto: Quércia disputa hegemonia no PMDB de SP com Fleury Índice |
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