São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995 |
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PSTU defende 'revolução socialista'
CARLOS EDUARDO ALVES
Com a união entre a CS e vários grupos regionais, o PSTU tem hoje cerca de 2.000 militantes. O partido tem alguma inserção em entidades do funcionalismo público e sindicatos de metalúrgicos, principalmente em São José dos Campos (SP). No meio sindical e político, é considerada a mais radical das correntes que têm organização nacional. O centro de sua política atual é a defesa da tese da greve geral contra a reforma constitucional defendida pelo governo FHC. O partido teve um litígio com as urnas nas eleições de 94: não conseguiu eleger nenhum parlamentar no Congresso ou nos Estados. A composição do PSTU é curiosa. Além de militantes da Convergência Socialista, também são membros do partido pessoas com formação stalinista, oriundas de "rachas" (divisões) do Partido Comunista Brasileiro (PCB). "É um aprendizado difícil porque o debate na esquerda é de idéias e não por cargos", afirma Valério Arcary, um professor de 38 anos que é um dos dirigentes do PSTU, sobre a inédita junção de agrupamentos trotskistas e de origem stalinista na legenda. "Nós queremos construir uma esquerda classista e internacionalista no Brasil", afirma Arcary. O PSTU tem horror a ser rotulado como seita e faz questão de se diferenciar dos outros pequenos grupos de extrema-esquerda. "Somos uma corrente minoritária, mas com vocação para partido grande", acha Arcary. A "confiança que a luta dos trabalhadores tendem a aproximá-los das experiências marxistas", embala o sonho do dirigente trotskista. Na luta contra a "marginalidade política", o PSTU está em campanha pela legalização (registro definitivo), apesar de um projeto em tramitação no Congresso apontar para a diminuição do número de partidos. "Nós trabalhamos duro e não falamos besteira como essa do Lula de dizer que o militante tem que ir mais à praia", diz Arcary. Nos movimentos sindical e estudantil, os militantes do PSTU são conhecidos tanto pela trabalho incessante quanto pela constância das derrotas de suas posições em assembléias. Defensor de uma "revolução socialista" que leve a algum regime que não tenha como modelo nenhum dos que já existiram até hoje, o PSTU não esconde o desejo. "Era bom o FHC ter o mesmo destino que Collor", diz Arcary. A luta armada, diz o dirigente, não está no horizonte do partido. "Nós queremos a revolução socialista, mas a esquerda revolucionária não atira ovos e tomates a não ser para se defender da polícia", afirma Arcary. Texto Anterior: Micropartidos mantêm dogmas da esquerda Próximo Texto: PRO reivindica autoria do slogan 'fora FHC' Índice |
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