São Paulo, domingo, 30 de abril de 1995 |
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Pesquisas apontam vitória de Menem já no 1º turno
SÔNIA MOSSRI
É a terceira eleição presidencial após o fim da ditadura militar, em 1983. Desde 1928 os argentinos não conseguiam votar em três presidentes consecutivos. Outra novidade é que, pela primeira vez em 50 anos, a eleição não deverá ser decidida entre o Partido Justicialista (que sustenta o governo Menem) e a UCR (União Cívica Radical). Bordón é um ex-colega de partido de Menem. Abandonou o justicialismo em outubro de 1994, de olho na candidatura a presidente. Além do presidente e vice, também serão eleitos a metade dos deputados federais (130 parlamentares), um terço dos senadores (16 parlamentares), governadores de 23 Províncias, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. A secretária de Assuntos Institucionais do Ministério do Interior, Liliana Gurdulich de Correa, disse que por volta da meia-noite do dia 14 já se deverá ter o resultado. Todos os institutos de pesquisa indicam que Menem deverá ganhar no primeiro turno. Pela nova Constituição, ele precisará de 40% dos votos válidos mais uma diferença de 10% em relação ao segundo, ou 45% dos votos. A duas semanas das eleições, distintos institutos de pesquisas dão uma média de 44% de intenção de votos para Menem, ao lado de 30% para Bordón. O terceiro colocado nas pesquisas é o candidato da UCR, Horacio Massaccesi, governador da Província de Rio Negro. Massaccesi chegou a obter 37% das intenções de voto em dezembro, mas despencou após a crise financeira em Rio Negro e a entrada de Bordón. Cada vez mais, filiados da UCR aderem à Frepaso. Até a última sexta-feira havia mais um candidato concorrendo às eleições: o ex-ditador Juan Carlos Onganía (1966-70). Alegando divergências em relação à Frecopa (Frente para a Coincidência Patriótica), ele renunciou à candidatura. Logo depois, Onganía passou mal e foi internado às pressas num hospital especializado no tratamento de cardíacos. O militar acusou a administração Menem de ser "o governo mais corrupto da história". Segundo ele, "a maioria dos argentinos não está capacitada para votar". Aldo Rico, do Modin (Movimento pela Dignidade e Independência), ocupa o quarto lugar nas pesquisas, com cerca de 5% das intenções de voto. Ex-líder dos carapintadas na rebelião armada da Semana Santa de 1987, contra o então governo Alfonsín, acusa a UCR e a Frepaso de apresentarem programas iguais ao do menemismo, porque todos defendem a conversibilidade- um peso é igual a um dólar. "A riqueza argentina se transfere para o estrangeiro. A Argentina precisa reprogramar o pagamento da dívida externa, terminar com a Lei da Conversibilidade e reinplantar o federalismo", diz Rico. As propostas de Rico são semelhantes às de partidos de esquerda, como o Partido Socialista Autêntico, o Partido Humanista e a Aliança Sur, que querem a suspensão do pagamento da dívida externa. Texto Anterior: Metade dos bancos pode falir ou mudar de dono Próximo Texto: ENTENDA A ELEIÇÃO Índice |
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