São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995 |
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Barelli pede salário mínimo de R$ 195
ANTONIO CARLOS SEIDL
A unificação proposta por Barelli elevaria o salário mínimo no Brasil para, pelo menos, cerca de R$ 195, ou seja, um nível igual ao salário mínimo do Paraguai, que entra em vigor amanhã, de US$ 212. (O salário mínimo na Argentina é de US$ 200 ou R$ 183, e no Uruguai de US$ 110 ou R$ 100). ``O Mercosul se faz também com a unificação de salários", disse ontem em entrevista à Folha, após sua participação, representando o governador Mário Covas, em um ato político de comemoração do Dia Internacional do Trabalho, organizado pelo Sindicato das Costureiras e Trabalhadores na Indústria do Vestuário de São Paulo e Osasco, em Mogi das Cruzes (SP). ``Os mecanismos de mercados comuns são de distribuição de renda, como aconteceu na Europa, onde os salários de Portugal e Espanha alcançaram um nível próximo da Alemanha, França e Reino Unido", afirmou. ``Aos poucos o salário mínimo no Brasil tem de chegar aos duzentos dólares", disse. ``Essa tem que ser a meta do Mercosul, porque a unificação não é apenas alfandegária". Barelli lamentou que o centenário da ``festa máxima da classe operária" no Brasil esteja passando despercebido. Para Barelli, o centenário do 1º de maio no país, ainda que celebrado sem pompa e cerimônia, marca uma grande conquista dos trabalhadores mais humildes: o salário mínimo de R$ 100, que entra em vigor hoje em todo o país. ``Ainda é pouco, mas serve como ponto de partida para um processo de recuperação do salário mínimo no país", disse. Segundo Barelli, o trabalhador brasileiro continua numa situação ``aflitiva" mas ``melhor do que há um ano". Para ele, a característica mais importante deste 1º de maio é ``quase um ano de estabilidade de preços". Na avaliação de Barelli, o trabalhador não paga mais o imposto inflacionário, ``o pior dos 59 impostos do país", mas não pode ainda comprar sapato novo. ``O trabalhador ainda tem que trocar várias vezes a sola do sapato, pois, do contrário, não vai poder alimentar sua família", disse. Costureiras Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras e Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de São Paulo e Osasco, filiado à Força Sindical, convocou os sindicalistas a se unirem para debater as reformas constitucionais em curso no Congresso em Brasília. ``Se não estivermos juntos, apresentando propostas e exigindo as reformas fiscal e tributária, a paulada maior vai ser de novo nas nossas cabeças", disse. Texto Anterior: Embratel inaugura serviço hoje; tarifa não será cobrada em maio Próximo Texto: Brasil tem 1º de Maio há cem anos Índice |
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