São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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CRONOLOGIA DO COLLORGATE

DA REPORTAGEM LOCAL

1989
Fernando Collor sai candidato à presidência da República. Seu amigo Paulo César Farias (PC) assume o caixa da campanha e busca dinheiro com empresários.
1990
15 de março - Collor assume a presidência e decide morar na Casa da Dinda, em Brasília.
1991
6 de junho - PC compra o jornal ``Tribuna de Alagoas". Em dezembro, Pedro Collor, que dirige a ``Gazeta de Alagoas" (da família Collor), coloca em dúvida origens dos recursos de PC.
1992
10 de maio - Dossiê de Pedro Collor (irmão do presidente Collor), entregue à revista ``Veja", diz que PC é dono de menos sete empresas no exterior. PC nega.
24 de maio - A ``Veja" publica entrevista de Pedro Collor, em que acusa PC de ser testa-de-ferro de Collor. A oposição pede CPI.
25 de maio - A Polícia Federal (PF) instaura inquérito sobre PC. Fernando Collor afirma que as acusações de Pedro são falsas.
31 de maio - Em depoimento à Folha, o garimpeiro Augusto Morbach Neto diz que PC usou seu avião para remeter ouro e dólares para o exterior.
1º de junho - Congresso instala a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do PC.
4 de junho - Pedro Collor depõe na CPI e reafirma denúncias.
9 de junho - PC depõe na CPI, admite fraude na declaração de gastos na campanha de Collor e reconhece irregularidades em declaração do imposto de renda. Aumentam suspeitas de tráfico de influência e sonegação fiscal.
10 de junho - Cláudio Vieira, secretário de Collor, depõe na CPI e admite negócios com três empresas de táxi aéreo ligadas a PC.
11 de junho - CPI autoriza devassa nas contas de PC.
14 de junho - Luiz Otávio da Motta Veiga (ex-presidente da Petrobrás) denuncia comando paralelo do esquema PC no governo.
15 de junho - O empresário Takeshi Imai depõe na PF e exibe documentos sobre ação do esquema PC no Ministério da Saúde.
23 de junho - Na CPI, depoimento de Jorge Bandeira, sócio de PC na Brasil Jet, reforça suspeitas de lavagem de dólares no exterior.
27 de junho - A ``Isto É" publica entrevista com Francisco Eriberto, motorista de Ana Acioli, secretária de Collor. Eriberto revela que as empresas de PC faziam depósitos na conta de Acioli para pagar despesas da Casa da Dinda.
29 de junho - ``O Globo" revela registro de centenas de telefonemas de PC a órgãos do governo, incluindo o gabinete do presidente.
30 de junho - Collor diz, na TV, que Cláudio Vieira era o provedor de sua conta.
1º de julho - O motorista Eriberto depõe na CPI. Afirma que buscava dólares e fazia retiradas de até Cr$ 50 milhões para entregar a Ana Acioli.
7 de julho - A Folha publica documentos que comprovam relações comerciais entre Collor e PC após a posse.
10 de julho - A Folha revela que um dos correntistas que depositavam cheques na conta de Ana Acioli não existia. A partir daí, surgem novos ``fantasmas".
16 de julho - A secretária Rosinete Melanias admite depósito na conta de Acioli, por ordem de PC.
20 de julho - Documentos revelam que EPC e Brasil Jet, empresas de PC, fizeram pagamentos a Rosane, mulher de Collor.
27 de julho - Na CPI, Cláudio Vieira diz que levantou em 89 empréstimo de US$ 3,7 milhões no Uruguai, para a campanha de Collor. Exibe documento em que o doleiro Najum Turner assume responsabilidade pelos depósitos de ``fantasmas" na conta de Acioli.
29 de julho - A secretária Sandra de Oliveira, da empresa ASD (de Alcides Diniz), diz ter presenciado reuniões nas quais os documentos apresentados por Vieira à CPI teriam sido preparados (``Operação Uruguai").
21 de agosto - A CPI descobre que o dinheiro de Collor e PC escapou do Plano Collor em 1990.
24 de agosto - Relatório da CPI sugere o impeachment e diz que Collor recebeu US$ 6,5 milhões do ``esquema PC".
16 de setembro - A PF indicia Jorge Bandeira, sócio de PC, por formação de quadrilha e corrupção.
24 de setembro - A PF indicia PC em nove artigos do Código Penal (a PF tem em mãos computador apreendido pela em empresa de PC revela que o ``esquema PC" cobrava comissões de até 15% para liberação de obras; a senha de acesso era ``Collor").
29 de setembro - Em votação histórica, a Câmara dos Deputados aprova o processo de impeachment (441 votos contra 38).
29 de dezembro - Collor é julgado no Senado. Collor renuncia logo após o início da sessão para fugir da pena de inelegibilidade por oito anos. O Senado o julga e o condena à inelegibilidade.
1993
30 de junho - A Justiça Federal decreta a prisão preventiva de PC, Jorge Bandeira e Rosinete Melanias, por sonegação de impostos no valor de US$ 1,7 milhão. Todos desaparecem.
6 de julho - A secretária Rosinete Melanias se entrega.
29 de novembro -PC é preso em Bancoc (Tailândia). Ele ficou foragido da Justiça por 153 dias.
1994
8 de janeiro - PC e Bandeira são condenados a quatro anos de prisão (sonegação de impostos).
12 de dezembro - O STF absolve Collor e PC da acusação de corrupção passiva.
14 de dezembro - O STF condena PC a sete anos de prisão por movimentar contas fantasmas.

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