São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC atende a pressão do PFL e apressa ritmo de venda de estatais

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso atendeu a pressões de seus aliados do PFL quando decidiu apressar o ritmo do programa de venda das empresas estatais.
O anúncio de que mais quatro estatais do setor elétrico serão privatizadas e a defesa oficial da venda das companhias telefônicas nos últimos dias foram precedidos por almoços e troca de telefonemas entre os principais dirigentes do PFL com o ministro do Planejamento, José Serra, e FHC.
``O governo agora perdeu a timidez", comemorou o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, num almoço que promoveu na quarta-feira passada para a cúpula pefelista e o economista guru do grupo, Paulo Guedes.
Defensores do lema de que o governo deve privatizar ``ao máximo", os pefelistas decidiram partir para a ofensiva diante da paralisia do programa de privatização do governo FHC.
Desde a posse, quatro meses atrás, nenhuma empresa estatal foi vendida. Segundo o novo cronograma oficial, a lista de privatizações deixada pelo governo Itamar Franco só começa a deslanchar a partir de junho, com o leilão da Escelsa (Centrais Elétricas do Espírito Santo).
Mesmo que consiga vender a Escelsa, a Ligth, o Banco Meridional e as ações em 14 empresas petroquímicas, Serra já admitiu que o governo não atingirá os R$ 4,7 bilhões previstos no orçamento de 95 com a venda de estatais.
Seis dias antes de assumir oficialmente o comando da Comissão Nacional de Desestatização (no lugar do chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho), Serra discutiu os rumos do programa com Bornhausen e o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães, num almoço a três.
Serra concordou que o ritmo estava lento até para levar adiante a lista de privatizações herdada do governo Itamar Franco. Disse que sofria pressões de políticos gaúchos para impedir a venda do Banco Meridional. Prometeu resistir às pressões e impor um ``ritmo forte" às privatizações.

Texto Anterior: EM QUE PÉ ESTÃO AS CINCO EMENDAS DA ORDEM ECONÔMICA
Próximo Texto: Embratel inaugura serviço hoje; tarifa não será cobrada em maio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.