São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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Resgate de reféns é mais rápido que ensaio

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MARECHAL CÂNDIDO RONDON

O resgate dos reféns no Paraná foi mais rápido que o ensaio que a polícia havia feito antes da ação.
A operação de resgate dos reféns da casa do empresário Roni Martin durou 35 segundos.
Na quinta-feira, durante o treinamento do grupo especial anti-sequestro, o resgate simulado havia durado 38 segundos.
Para realizar o treinamento, a polícia do Paraná construiu uma réplica da casa do empresário em uma área rural da cidade.
A réplica foi feita a partir da planta da casa e montada com madeira e lonas plásticas.
Ao mesmo tempo em que o grupo anti-sequestro treinava, o comando da polícia e o secretário de Segurança Pública do Paraná tentavam criar um clima na opinião pública favorável à invasão.
A polícia também tentou fazer com que os sequestradores acreditassem o tempo todo que as exigências seriam atendidas.
Nos boletins oficiais, a partir de quinta-feira, a polícia ressaltava sempre que os sequestradores estavam radicalizando ``e criando uma situação de desespero dentro da casa". Os reféns libertados negaram que tenham sido maltratados.
Nas conversas com os sequestradores, o secretário de Segurança Pública, Cândido Martins de Oliveira, prometia ceder até ``reféns para a fuga", conforme afirmou à Agência Folha na noite de sexta-feira.
O relações-públicas da Secretaria, Aroldo Lopes, disse, depois do desfecho do sequestro, que a tática visava mesmo ``relaxar os sequestradores e criar um clima para a invasão".
Segundo Lopes, ``o fato de a operação ter sido bem-sucedida só reforça a tese de que essa tática foi corretíssima".
(JM)

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