São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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Carro novo deve ter reajuste esta semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços dos carros novos devem subir nesta semana entre 5% e 10%. Das montadoras, somente a Fiat não manifestou a intenção de reajustar os preços imediatamente.
Segundo Alencar Burti, presidente da Associação Brasileira dos Administradores de Consórcio e dono de uma revendedora da General Motors, os maiores percentuais de reajuste devem ocorrer no segmento dos carros populares.
Nos carros de luxo, que sofrem mais fortemente a concorrência dos importados, ``um reajuste de 1% pode definir quem fica no mercado".
Em decorrência da abertura, diz Burti, ``o cartório acabou e as empresas não combinam mais os reajustes entre si".
Sergio Reze, presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, concorda com a avaliação de Burti. ``Eles estão brigando (referindo-se à disputa por fatias de mercado entre as montadoras)."
Exatamente por esse clima de concorrência é que Reze diz não entender o motivo de os reajustes serem dados ao mesmo tempo.
Para ele, o mercado não comporta o aumento. ``As medidas anticonsumo baixadas pelo governo já começam a fazer efeito."
No mês de março, foram negociados 200 mil veículos. Este mês, disse Reze, as concessionárias trabalham com a estimativa de uma queda de 10% nas vendas.
Segundo Reze, o próprio volume de vendas mostra que houve ganho de escala e de produtividade, abrindo espaço para que o reajuste seja adiado ou ``que venha parcelado".
O reajuste dos carros é esperado pelo mercado desde o mês passado. As montadoras alegam pressões nos custos com o dissídio dos metalúrgicos e reajustes de matérias-primas.

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