São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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Só Túlio brilhou no embate de Teimosos

MARCELO FROMER; NANDO REIS
ESPECIAL PARA A FOLHA

No embate dos Teimosos, quem brilhou foi o Túlio. O Valencia, agora dirigido por Parreira, que tem como objetivo principal não perder, mais uma vez, falhou em seu único e melancólico propósito, não ofereceu a mínima resistência ao combinado de Teimoso 2, o imortal Zagallo dos dois elles.
Amistosos de seleções contra times contrariam o bom senso à medida que forças de características distintas disputam não sabemos o que, nem o porquê. Mas, de qualquer forma, foi divertido o confronto entre os comparsas do tetra.
Logo na chegada na Espanha, quando 1 e 2 se encontraram, Parreira afirmou estar um tanto arrependido por sua ida ao Valencia, já que gostaria de ter aguardado uns seis meses para vivenciar o reconhecimento do povo brasileiro pelo tetra.
Vale avisar nosso ex-técnico que seu arrependimento é absolutamente inútil, já que este reconhecimento simplesmente inexistiu.
Quanto ao time de Parreira, pouco a comentar, a não ser sua extrema falta de ``feeling" no que se referiu a presença de Mazinho no amistoso.
Mesmo contrariado pelo fato de estar jogando contra sua própria seleção, segundo Teimoso 1, seria a grande chance para que o jogador provasse seu real valor para Teimoso 2: dito e feito, entregou um gol de bandeja para o espetacular Juninho numa falha bisonha.
Por falar em insensibilidade, a não presença de Marcelinho é algo de injustificável. Quanto a Antonio e Roberto Carlos, só se for uma implicância de Carlos, porque Antonio é melhor do que Márcio Santos e Aldair condensados e, na lateral, o fenômeno Roberto estaria ocupando o lugar de Leonardo, que deve e tem de ser o dono da camisa 10 de qualquer clube ou seleção deste planeta.
Já nossa outra seleção, comandada por Teimoso 3, o tal do Leal, perdeu da Argentina porque já vinha apresentando um futebol chato e burocrático desde o início da competição.
Quanto aos garotos que foram representar nosso futebol no Oriente, agora que tudo passou, deixem novamente suas barbas e cabelos crescerem à vontade. Aqueles que, por obrigação, retiraram seus brincos, que o ponham de volta na orelha e acreditem que nós estamos verdadeiramente orgulhosos de vocês, os jogadores.

A contribuição da semana às mudanças nas regras do futebol vem do Vale do Paraíba (SP):
``Proponho uma melhor distribuição da renda de uma partida para seus participantes: 60% irão para o time vencedor e 20% para o perdedor; 8% para o juiz e 5% para os bandeirinhas (os três sujeitos a perda de 1% a cada erro); 3% aos gandulas (para não retardarem o jogo); 2% para a torcida mais animada; 0,87% para o patrocinador do time vencedor; 0,2% para a campanha contra a fome; 1% para a segurança; e, finalmente, 4% para mim (o criador da idéia). O quê? Deu mais de 100%? Então você acha que o juiz e o bandeirinha não vão errar nem uma vez?" (Ricardo Luis Davoli, São José dos Campos, SP).

Cartas podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. BArão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01290-900)

Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs

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