São Paulo, segunda-feira, 1 de maio de 1995
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Quadrinistas europeus inovaram narrativa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Na Europa, os quadrinhos começaram na mesma época que nos outros lugares do mundo, isto é, mais ou menos junto com o cinema. E assim como o cinema daquele continente, o quadrinho europeu acabou menos popular do que o americano.
Entre as ``estrelas" européias, uma das mais conhecidas é Asterix, de Gosciny e Uderzo (repleto de citações históricas dos celtas -o povo que colonizou a França- e de caricaturas de personagens do meio político e artístico).
Outro personagem famoso é Tintin, de Hergé (um dos ``repórteres" mais famoso do mundo).
Os dois títulos eram inicialmente vendidos como ``infantis". Mais do que isso, são histórias de aventura, que trouxeram importantes inovações na narrativa tradicional das HQs.
Asterix era o carro-chefe da revista ``Pilote", a maior publicação francesa entre os anos 60 e 80. ``Pilote" começou a decair após a morte de René Gosciny.
Um dos fortes da produção de HQ européia são os quadrinhos eróticos. Os mais conhecidos (e publicados por aqui) são os italianos Guido Crepax -que desenha Valentina desde os anos 60- e Milo Manara.
A década de 70 produz ``Humanóides Associados", uma turma de quadrinistas que lança a revista mais importante para a ficção científica nos quadrinhos: ``Metal Hurlant" (Heavy Metal). Foi na ``Heavy Metal" que nomes como o de Jean ``Moebius" Giraud apareceram.
Outro ponto forte é o western que os italianos Bonelli e Gallep desenham desde 1948: ``Tex".
No fim dos anos 70, surgem revistas de vanguarda pela Europa, como a ``Zulu" (francesa), ``El Víbora" (espanhola) e a ``Frigidaire" (italiana). Nomes como Gaetano Liberatore, criador do Ranxerox. Matotti, Matiolli e Pazienza também são dessa época. Eles foram publicados por aqui pela revista ``Animal".
Hoje em dia, há nomes despontando em vários países europeus, saindo da hegemonia belgo- francesa dos 60. A eslovena ``Stripburger", a holandesa ``Zone 5.300", a portuguesa ``Azul BD Três" são exemplos de revistas que publicam autores com perspectivas diferentes.
Até em países em guerra, como a ex-Iugoslávia, o HQ continuou a ser produzido. Na Bósnia, um grupo de pacifistas colocou mensagens de paz em forma de quadrinhos em muros do país.
E, é claro, há a ``Deadline", uma revista inglesa que fala de música alternativa e publica quadrinhos (não só europeus). Da ``Deadline" saíram Tank Girl (de Jamie Hurlott) e que hoje é filme, Johnny Nemo e The Sadist.

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