São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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Comércio ignora medida e estimula venda com cheques pré-datados

DA FOLHA SUDESTE; DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Apesar da medidas de restrição ao uso do cheque pré-datado adotadas pelo governo federal, os lojistas de Campinas e região estão estimulando a utilização desta forma de pagamento. Já os juros do crediário apresentam tendência de alta, principalmente nas lojas de móveis e de eletroeletrônicos.
Na última quinta-feira, o governo baixou um pacote anticonsumo que, entre outras coisas, restringe o uso de cheques pré-datados e aumenta os juros de financiamentos.
As vendas com pré-datados chegam a representar 50% do movimento do comércio em Campinas, segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas, Carlos Gobbo, 64.
``Desde sexta-feira estamos com uma campanha para alertar os clientes que continuamos a aceitar os pré-datados. Não vamos mudar nossos planos de pagamento", diz Laura Mitiko, 33, gerente da loja de roupas Yes Love em Campinas, que parcela em até quatro vezes pelo preço à vista as compras acima de R$ 50,00.

Fortaleza
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Ceará, Walman Miranda, disse ontem que a restrição ao uso de cheques pré-datados atinge o pequeno lojista.
Segundo Miranda, os pequenos comerciantes, sem capital de giro (reserva de dinheiro que a empresa dispõe para utilizar a curto prazo), não têm como financiar os cheques pré-datados de seus clientes.
Miranda acredita que a restrição ao uso dos pré-datados não vai provocar quedas no consumo.

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