São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 1995
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ONU teme ofensiva sérvia

DA REUTER

Os sérvios da Bósnia parecem estar apostando todas suas fichas numa ofensiva militar, disseram ontem funcionários da ONU.
Após recusarem a renovação do cessar-fogo de quatro meses que expirou na última segunda-feira, os sérvios se enfureceram com o ataque croata a sérvios na Croácia.
A renovação do cessar-fogo para a Bósnia também foi recusada pelos muçulmanos, que parecem cada vez mais confiantes em sua força militar.
Segundo assessores do enviado especial da ONU à Bósnia, Yasushi Akashi, a atmosfera era de mau agouro num encontro com líderes sérvios no quartel-general sérvio de Pale (subúrbio de Sarajevo).
"Os sérvios estavam muito determinados. Parecia que tinham tomado uma decisão de importância", disse um diplomata.
Segundo ele, o líder dos sérvios na Bósnia, Radovan Karadzic, diante do ataque croata à região da Krajina, afirmou: "Se tiver de haver guerra, então que assim seja".
O ataque croata e a retaliação sérvia de ontem também reavivaram entre países do Ocidente o espectro de uma guerra mais ampla nos Bálcãs (região onde ficam as repúblicas da ex-Iugoslávia).
Os cinco membros do Grupo de Contato (EUA, França, Alemanha, Rússia e Reino Unido), que tentavam renovar a trégua para a Bósnia, foram pegos de surpresa.
O Conselho de Segurança da ONU foi convocado para uma reunião às pressas na noite de ontem.
"Há chances de que as coisas saiam seriamente de controle", disse um diplomata europeu.
A Croácia informou os países da Europa de que sua ofensiva terminaria ontem, mas diplomatas disseram que não havia sinal de interrupção nos combates.
O líder sérvio Karadzic prometeu ajuda militar aos sérvios na Croácia. Se isso ocorrer, os combates podem se expandir da Bósnia para a Croácia.
A Sérvia pode então ser levada a apoiar os rebeldes sérvios no conflito. Diplomatas ocidentais vêem como essencial a posição do presidente sérvio, Slobodan Molosevic, que tem apoiado o plano internacional de paz para a Bósnia -rejeitado por Karadzic.

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