São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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França condena políticos por corrupção

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

A Justiça francesa viveu ontem um dia agitado, em que foram examinados quatro casos de corrupção envolvendo políticos.
O primeiro-secretário do Partido Socialista francês, Henri Emmanuelli, foi condenado a um ano de prisão por um escândalo de financiamento ilegal do PS. Ele vai cumprir a pena em liberdade.
O partido é acusado de ter utilizado empresas fantasmas para obter fundos, no final dos anos 80.
Emmanuelli, 49, era tesoureiro do partido na época. O tribunal de Saint-Brieuc (noroeste) concluiu que ele não tinha como ignorar a fraude. Ele também pagará multa de US$ 6.000.
Seu advogado, Patrick Maisonneuve, recorreu da sentença e disse que os socialistas são vítimas de um complô. ``Condenaram um partido político. É inadmissível."
Havia mais 16 réus no mesmo processo. Doze foram condenados a penas semelhantes à de Emmanuelli e três foram absolvidos.
Apenas um réu, Michel Reyt, presidente de uma das empresas fantasmas, foi condenado a seis meses de cadeia.
O candidato derrotado do Partido Socialista à Presidência, Lionel Jospin, expressou sua solidariedade a Emmanuelli. Nas próximas semanas, os dois devem disputar o controle do partido.
Em Valenciennes (norte), o deputado e ex-ministro socialista Bernard Tapie, 52, foi condenado a dois anos de prisão -um ano em liberdade- em um escândalo de suborno no futebol.
Em Lyon (leste), começou o julgamento de Alain Carignon, prefeito de Grenoble (RPR, direita) e ex-ministro da Comunicação.
O julgamento, no entanto, foi suspenso a pedido da defesa, que quer mais tempo para se preparar. Ela também alega que, como ex-ministro, Carignon tem direito a um tribunal especial.
Ele é acusado de corrupção em uma concorrência para a concessão do sistema de distribuição de água de Grenoble. A empresa vencedora teria financiado uma editora do ex-ministro.
Carignon, 46, que foi detido em outubro do ano passado, passou seis meses na prisão. Foi libertado no último dia 3.
Em Toulon (sudeste), outro acusado de corrupção, o senador Maurice Arreckx (UDF, centro-direita), 77, foi solto, após nove meses de prisão. Ele pagou mais de US$ 400 mil de fiança. Arreckx é acusado de ter recebido suborno de US$ 400 mil.

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