São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Bebê é encontrado em trem na Lapa

DO NP; DA REPORTAGEM LOCAL

``Romarinho" é o 16º recém-nascido abandonado na cidade só este ano; criança estava debaixo de banco
Um bebê foi encontrado anteontem à noite abandonado em um vagão de trem na estação ferroviária da Lapa (zona oeste de SP). Com ele, sobe para 16 o número de bebês achados na Grande São Paulo.
No domingo, outra criança foi encontrada dentro de uma lixeira, também na Lapa (leia texto ao lado). Com os dois casos, chega a cinco o número de bebês abandonados no bairro este ano. Em 94, foram dois.
A criança achada no trem é do sexo masculino e usava um macacão amarelo. Ela estava enrolada em um cobertor xadrez.
O menino foi encontrado embaixo de um banco, às 23h, por um passageiro do vagão UN-241 da Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A). O passageiro avisou aos agentes de segurança Clóvis Luís da Silva, 37, e Nivaldo Montenegro, 32.
O bebê, que um policial apelidou de ``Romarinho" (referência ao jogador de futebol Romário), foi levado para o 7º DP (Lapa).
O delegado João Celeste levou a criança para o hospital Metropolitano. O bebê foi alimentado e ficou constatado que ele não tinha problemas de saúde.
Na manhã de ontem, o menino foi encaminhado ao SOS Criança (órgão estadual que encaminha crianças abandonadas), onde ganhou novo nome: Luís Henrique.
À noite, ``Romarinho" foi transferido para uma unidade da Febem (entidade que abriga menores infratores e abandonados).
O caso será encaminhado à Vara da Infância e da Juventude do Fórum Regional da Lapa. Segundo o juiz Fermino Magnani Filho, 35, o processo para tornar um bebê encontrado na rua apto para adoção demora em média duas semanas.
Esse período é suficiente para que a Justiça faça uma pesquisa junto à polícia e ao SOS Criança, tentando encontrar os pais.
``Com esses contatos, eliminamos as hipóteses de que a criança foi sequestrada ou perdida pela família", diz o juiz.
O prazo também serve para mães arrependidas procurarem os filhos. ``A mãe tem dez dias para reclamar a criança. Depois disso, ela perde o pátrio poder", afirma.
A maioria dos bebês é adotada rapidamente. Atualmente, só na Lapa, há 350 casais habilitados (brasileiros e estrangeiros) esperando por um recém-nascido.

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