São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
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Aliados pressionam FHC a baixar juros

MARTA SALOMON; JOSÉ ROBERTO CAMPOS; ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

JOSÉ ROBERTO CAMPOS
Os principais partidos aliados ao governo se mobilizam para pressionar o presidente Fernando Henrique Cardoso a baixar as taxas de juros.
A mudança imediata na política econômica será proposta formalmente a FHC por uma comissão de líderes governistas da Câmara e do Senado. Hoje, o assunto será tratado pelo PSDB com o ministro Pedro Malan (Fazenda).
Os aliados do governo cobrarão de FHC a redução dos juros como contrapartida às vitórias nas votações da reforma constitucional, que está abrindo o país a investimentos privados e estrangeiros.
``Já está na hora de mudar", endossa o deputado José Aníbal (SP), líder do PSDB -partido de FHC. ``Esta política econômica é insuportável e está empurrando o país para a recessão", afirmou.
A alta dos juros -patrocinada desde março para atrair investimentos externos, conter a fuga de dólares e reduzir o consumo- ameaça ``quebrar" a economia, segundo os líderes aliados.
A Folha apurou que os líderes do governo, Luiz Carlos Santos (Câmara, PMDB-SP), e Élcio Alvares (Senado, PFL-ES), dirão a FHC que a política de juros altos não é suportável por mais um mês.
Conforme a Folha publicou ontem, o setor público (União, Estados e municípios) gastou, em 94, R$ 20,6 bilhões em juros com as dívidas interna e externa -o triplo dos gastos com a saúde (R$ 7 bi).

Protesto contra taxas
As associações comerciais fizeram ontem um protesto formal contra as altas taxas de juros. Reunidos em Belo Horizonte, os presidentes das entidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio lançaram um manifesto, que será posteriormente subscrito pelas 27 representações do varejo das capitais.
Segundo as entidades, os juros altos pesam fortemente sobre o setor produtivo, ``comprometendo a saúde das empresas e desencadeando um movimento de inadimplência que tende a se alastrar rapidamente, podendo resultar num quadro recessivo não desejado".

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