São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Milão provou que gosta mesmo de Scala

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

Meus amigos, meus inimigos, a Parmalat venceu ontem a guerra do leite no futebol. Seu time, o Parma, ganhou da Juventus, que pertence à Fiat, mas é patrocinada pela Danone.

Aliás, Fiat e Parmalat, as empresas envolvidas na maratona de jogos entre Juve e Parma, são duas das empresas italianas que mais crescem no Brasil.

Milão provou que gosta mesmo de Scala. Quando todo mundo achava que a estrela do jogo de ontem seria o técnico da Juve, Marcelo Lippi, quem brilhou foi o técnico do Parma, Nevio Scala.
Ele fez uma alteração, no intervalo, que mudou os rumos do jogo: tirou o lateral Benarrivo e colocou Mussi.
Nevio é o mais novo Scala de Milão.

Momento bonito ontem no maravilhoso estádio San Siro: apesar de ficar sem o título, a torcida da Juve, depois do jogo, gritava o nome do seu time.
No Brasil, quem fica em segundo não fica com nada, não é mesmo?

Além dos dois Baggios (Roberto e Dino), em campo, havia outra coincidência no jogo de Milão.
Os camisas 6 do dois times eram portugueses: Souza, pela Juve, e Couto, pelo Parma. Aliás, dois cabeludos que, como dizia o nosso rei Roberto Carlos, topam qualquer parada.

Apesar de ser o carrasco da Juve, Dino Baggio (fez três gols no seu ex-time esta temporada) não é o jogador mais odiado pela torcida da Vecchia Signora.
Quem entende as torcidas?

No intervalo do jogo, a torcida da Juve abriu uma faixa que dizia: ``André vive em nossos corações". O estádio inteiro aplaudiu a faixa, de pé.
Era uma homenagem ao jogador da Juve Andrea Fortunato, que morreu com leucemia. Em homenagem, os jogadores da Juve doaram suas medulas ósseas.

Aqui em Milão, se fala muito do Ronaldinho no time da Inter. Ele mereceu destaque da ``Guerín Sportivo", a mais importante revista sobre futebol da Itália.

Aliás, um dos diretores da Inter responsável pela sua especulada contratação chama-se Visconti di Modrone, da mesma família do grande cineasta daqui, Luchino Visconti.

Entre os torcedores do Milan, a grande festa é pela chegada do "iééé" Weah.

O futebol deu cadeia para gente graúda na França. Será que no Brasil a lição servirá para um pouco de meditação?
Termina aqui a minha escala de Milão. Ciao, amore, ciao.

Texto Anterior: Parma conquista campeonato europeu
Próximo Texto: Fratricídio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.