São Paulo, sábado, 20 de maio de 1995
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Ciclovias; Final infeliz; Carro a álcool; Raphael Rabello; Impostos estaduais; Sexo; Preso em Nova York

Ciclovias
``Mesmo concordando com boa parte das preocupações e da perplexidade de Janio de Freitas no artigo `Direito de matar' (Folha, 14/5), considero descabida sua alusão às `ciclovias e outras fresquices'. Ao procurarmos dotar o Rio de uma infra-estrutura cicloviária que dê melhores condições de segurança aos ciclistas, hoje obrigados a andar no meio de um trânsito perigoso, estamos investindo num componente de transporte não motorizado, que em cidades européias responde por até 30% dos deslocamentos de curta e média distâncias. A grande maioria da população apóia a implantação dos sistemas cicloviários, é o que mostram duas pesquisas da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), em que mais de 80% dos entrevistados das zonas sul e oeste se mostram favoráveis às ciclovias. Por outro lado, a correta alusão de Janio à condescendência de autoridades em relação ao chamado processo de favelização não se aplica à presente administração municipal, que, muitas vezes sob fogo de uma mídia hostil, vem combatendo, no limite das suas possibilidades de poder desarmado, esse processo e está começando a colocar em prática o projeto favela-bairro, o maior investimento já feito em urbanização de favelas e na sua incorporação à cidade formal no Rio de Janeiro."
Alfredo Sirkis, secretário municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista Janio de Freitas - No Rio, que não é cidade européia, bicicleta não é meio de transporte, mas de lazer em fim-de-semana. Além disso, as ruas sem trato dos bairros populares e suas cercanias também compõem a municipalidade e o meio ambiente, mas o dinheiro vai para ciclovias.

Petroleiros
``Quero manifestar meus protestos pela forma totalmente parcial com que o editorial da Folha do dia 16/5, sob o título `Afrontando a lei', vem tratando a greve dos petroleiros. Em nenhum momento o editorial menciona que a greve só aconteceu devido à intransigência do governo FHC e da direção da Petrobrás, que se recusaram a cumprir o acordo coletivo referendado pelo ex-presidente Itamar Franco e assinado pela direção da empresa."
João Batista de Araujo, deputado estadual pelo PT-PA (Belém, PA)

``Como leitor assíduo deste conceituado jornal, não seria honesto, comigo, deixar passar em branco o meu total desacordo com a opinião expressa no editorial `Afrontando a lei'. O desrespeito à decisão judicial que determinou a volta ao trabalho, bem como a própria greve, por acaso não procedem do desrespeito a um acordo firmado bem antes, entre um presidente da República e um ministro de Estado?"
José Luiz Rezende (Campinas, SP)

``Se é para cumprir a lei, pergunto eu: por que, quando a decisão é favorável ao trabalhador, o governo e alguns empresários também não cumprem a lei?"
Paulo Erley Veiga Leal (Porto Alegre, RS)

``Os sindicatos tomaram conta do país. A ditadura são eles."
Antonio Simone Netto (Santos, SP)

Final infeliz
``Fiquei muito feliz ao ler a coluna de Clóvis Rossi do dia 27/4, `A mão que balança as pedras'. Na Europa, percebe-se claramente o racismo latente contra asiáticos, africanos, árabes e sul-americanos; na África, o tribalismo existente faz com que exista o genocídio de tribos. Se medidas urgentes não forem tomadas, o problema se agravará e terá um final infeliz."
Claudio Marin Rodrigues (Londres, Inglaterra)

Carro a álcool
``Por falta total de previsão, a crise do petróleo nos governos Ernesto Geisel e João Baptista Figueiredo nos pegou `de calças nas mãos', e foi aquele corre-corre atrás da solução do álcool combustível para os veículos brasileiros. E, pelo esforço conjugado do governo e do empresariado com a sua disposição de correr os riscos, conseguimos nos safar do desastre. Agora, assistimos perplexos à conspiração das montadoras de veículos contra o álcool combustível. Ora, considerando que temos toda uma agroindústria comprometida com a produção do álcool para veículos e vivemos sempre na incerteza do que nos aguarda no campo das relações internacionais, não é possível aceitar a idéia de que o governo federal permaneça indiferente, enquanto as montadoras fazem o que bem entendem na produção dos carros."
Carlos Ubiratan Garms, diretor administrativo-financeiro da Cocal -Comércio Indústria Canaã Açúcar e Álcool Ltda. (Paraguaçu Paulista, SP)

Raphael Rabello
``Queremos ressaltar em Raphael Rabello o artista genial que, em curto espaço de vida, construiu obra singular de intérprete e compositor, reinventando o violão brasileiro e se tornando um de nossos maiores instrumentistas. A exploração sensacionalista de aspectos de sua vida pessoal, sobretudo a partir de afirmações inverídicas e desleais, profana a liberdade de imprensa, desrespeita a dor de seus inúmeros amigos e ofende a sensibilidade do público leitor. Conforta-nos saber que esse não foi o comportamento predominante da imprensa. Ao reivindicar respeito à memória de Raphael Rabello, estamos certos de que prestamos relevantes serviços à causa da liberdade responsável de imprensa."
Arlindo Ferreira, seguem-se mais cem assinaturas (Rio de Janeiro, RJ)

Impostos estaduais
``Causa estranheza a matéria intitulada `Deputados querem derrubar veto de pagamento só em bancos estaduais', publicada na pág. 1-6, na Folha de 17/4. O texto informa que um projeto de lei, que centraliza a arrecadação de impostos estaduais no Banespa e na Nossa Caixa Nosso Banco, foi aprovado por unanimidade pela Assembléia Legislativa de São Paulo e vetado pelo governador Mário Covas. Não traz, porém, ao contrário do que sugere o título, nenhuma entrevista de qualquer deputado. A reportagem também contraria o `Manual de Redação da Folha', pois não cita o chamado `outro lado"'.
Rui Falcão, líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa (São Paulo, SP)

Sexo
``Gostaria até de renovar minha assinatura da Folha, porém, tenho lido o caderno Folhateen e ficado muito chocada, principalmente com as consultas de adolescentes. Pergunto-me: para que trazer para dentro do meu lar um periódico que traz reportagens, notas e respostas de tão baixo nível? Será saudável para meus filhos lerem respostas que poderiam ser dadas a animais?"
Antonieta Tognato (São Paulo, SP)

Preso em Nova York
``Venho protestar contra o uso indevido do nome de meu pai, Waldemar Jezler, em matéria publicada na Folha de 9/5. Sob o título `Inquérito sobre evasão pode ser reaberto', na pág. 1-13, a Folha afirma que o `brasileiro Waldemar Jezler foi preso em Nova York'. Essa informação é absolutamente errada, pois meu pai morreu em 9 de setembro de 1978. O senhor que vocês dizem envolvido no caso chama-se Waldemar Novoa Jezler."
Waldemar Jezler Filho (São Paulo, SP)

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