São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995 |
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Relação contamina mulher
AURELIANO BIANCARELLI
Quando fez o exame de gravidez, descobriu que estava grávida e com Aids. O homem que a engravidou fez o teste e constatou que não tinha o vírus HIV. "Foi assim que meu tio ficou sabendo que tinha Aids. Eu tinha sido infectada por ele", conta Ana Lúcia. No início, o tio-marido reagiu com raiva e ciúmes, depois pediu que ela voltasse para casa. "A gente queria muito uma criança, mas ele não podia ter filhos. Então me deu a maior força para não abortar, o filho seria de nós dois. Conversei com um médico e ele disse que havia 70% de chances de meu filho nascer sem a doença. Decidi arriscar." O menino tem hoje um ano e oito meses e Ana não sabe ainda se ele tem o vírus. Em média, o filho de uma aidética conserva anticorpos do HIV por dois anos. Ana vai esperar quatro meses para fazer o teste. "Não quero mais viver com medo. Preciso de uma resposta definitiva", diz. Ana é uma comerciante de parque de diversões. Tem brinquedos que monta em rodeios e festas pelo interior. Aprendeu o trabalho com o tio-marido. "Ele era como um pai que você admira e que depois tem a felicidade de ter como amante e marido. Quando soube que tinha me infectado, fiquei com mágoa, mas logo passou. Fazíamos amor com mais intensidade." (AB) Texto Anterior: 'Ela não tem estrutura para saber' Próximo Texto: Sandra Bréa diz viver 'amor moral' Índice |
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