São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

As muralhas da rede

MARIA ERCILIA
DA REPORTAGEM LOCAL

À medida que a Internet cresce, aumenta a necessidade de fechaduras e cadeados. Engana-se quem achar que a arquitetura aberta da rede é garantia de transparência ou liberdade. O que mais se vê ultimamente são programas de segurança, de vigilância e de bloqueio de informações. É como se estivessem sendo erguidos muros nas "cidades eletrônicas.
O Nautilus, que acaba de ser lançado, é um programa que transmite voz em código -serve para para conversas telefônicas seguras pela Internet. Está em beta teste, e não pode ser transmitido para fora dos Estados Unidos. Não adianta nem tentar dar FTP que trava mesmo.
O método de codificação do Nautilus depende de uma senha que precisa ser combinado antes entre os interlocutores. Ele funciona como uma espécie de PGP para voz.
O nome do programa é uma alusão ao "Clipper chip, que o governo americano queria colocar em todos os computadores, e que serviria para (somente o governo) decifrar mensagens criptografadas. Afinal, o submarino Nautilus afundava "Clipper ships (veleiros leves).
Censura automática Na contramão do Nautilus, que garante privacidade, estão surgindo aplicativos como o SurfWatch, que também acaba de ser lançado.
O SurfWatch age como um censor automático, que bloqueia o acesso a computadores com material sexualmente explícito.
Na tela surge a mensagem "Bloqueado por SurfWatch. O funcionamento do programa depende da inclusão em seu banco de dados dos nomes dos computadores "proibidos.
Apesar da aparência desagradável do SurfWatch, ele é o tipo do programa que serve como alternativa para proibições maciças e indiscriminadas de circulação de material obsceno na Internet. Pelo menos transfere a escolha para o usuário.
Gibson on line Ele inventou a palavra "cyberspace, e foi o primeiro a ter um vislumbre da paisagem líquida das redes de computadores. Chegou muito perto de adivinhar o dinheiro eletrônico, a pirataria de software e os hackers. Apesar disso, William Gibson, autor de "Neuromancer, que tem um movimentado grupo de fãs na Internet, teve uma conversa on line pela primeira vez na semana passada, para promover o lançamento do filme/game "Johnny Mnemonic, que vai ser lançado no cinema e em CD-ROM.
Depois de seu passeio pela Internet, Gibson considerou a realidade "mais surpreendente que qualquer coisa que ele tivesse imaginado, e disse que o que ele menos previu em suas histórias é que as coisas quebram. "No meus livros, a tecnologia sempre funciona, como mágica.

O e-mail de NetVox é folha@ sol.uniemp.br

Texto Anterior: "Outros" traz rituais do candomblé
Próximo Texto: três; glossário; net notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.