São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995 |
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BC estica prazo na renegociação de dívida
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL Medida prevê também o fim do compulsório de 15% pago pelos bancos na renovação de empréstimosOs devedores inadimplentes junto ao sistema financeiro poderão, a partir de hoje, renegociar suas dívidas com bancos com qualquer prazo de vencimento. Antes, os bancos eram obrigados a executar as dívidas após o prazo máximo de três meses -limite imposto pelo governo a todos os empréstimos, desde outubro do ano passado. Os bancos também receberam um estímulo para a rolagem destas dívidas. Eles ficarão isentos do depósito compulsório de 15% sobre os empréstimos renegociados. Sobre os demais tipos de empréstimos, continua valendo o recolhimento compulsório de 15% do valor emprestado. Pelos compulsórios, os bancos ficam obrigados a depositar no BC parte dos recursos captados. Na prática, o BC retira dinheiro disponível para a realização de empréstimos ao setor privado. As facilidades incluem apenas dívidas que já estavam em inadimplência até 30 de abril, anunciou ontem o presidente do BC, Pérsio Arida. As medidas adotadas atendem a uma reivindicação formal feita pela Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). Segundo seu presidente, Maurício Schulman, ``o momento é de uma tolerância maior na renegociação, para que os atrasos nos pagamentos não se transformem em um processo grave de perda do principal". No jargão dos banqueiros, principal é o valor original do empréstimo. Os bancos, explica Schulman, queriam ter o direito -agora admitido pelo BC- de renegociar seus empréstimos em prazos compatíveis com a capacidade de pagamento do devedor (empresa ou pessoa física). Schulman exemplifica: ``Às vezes, um devedor tem uma dívida de R$ 100 mil, mas só pode pagar R$ 5 mil. O banco tem de ter o direito de renegociar isso em 20 vezes para receber seu crédito, porque se exigir o pagamento em três vezes não vai receber nada." As maiores dificuldades entre os grandes bancos foram sentidas pelo BB (Banco do Brasil) e pela CEF (Caixa Econômica Federal), que possuem duas das maiores taxas de inadimplência -48% para a CEF e 20% para o BB. Arida disse que a medida aponta para um início da abertura da atual política de restrição ao crédito. ``Este é o primeiro passo para a flexibilização dos depósitos compulsórios", disse Pérsio Arida. Segundo o diretor de Normas do BC, Cláudio Mauch, as consequências da medida serão pequenas sobre o total de crédito. LEIA MAIS sobre juros na página 3 Próximo Texto: Grande negócio; Saindo da crise; Fundos de pensão; Depois do mergulho; A fundo; Em tempo; No norte; Reserva própria; Peso contábil; Gases industriais; Nova entidade Índice |
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