São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995
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Silva leva `linha dura' ao Palmeiras

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Carlos Alberto Silva, 55, foi apresentado ontem como novo técnico do Palmeiras e assumiu o cargo com uma missão especial: implantar a ``linha dura" no clube.
Insatisfeitos com os recentes problemas de disciplina que abalaram o time, dirigentes do Palmeiras e da Parmalat -patrocinadora do clube- contrataram um profissional com um estilo completamente diferente do antecessor Valdir Espinosa, considerado um técnico ``paternalista".
``Se eles procuravam um técnico disciplinador, encontraram", disse Silva.
Com uma passagem tumultuada pelo Parque Antarctica (84), campeão brasileiro pelo Guarani (78) e bicampeão paulista pelo São Paulo (80 e 89), Silva assinou contrato com o Palmeiras até dezembro.
Seu principal objetivo é conquistar, pela primeira vez em sua carreira, a Taça Libertadores.
Ontem, Silva assistiria à partida entre Palmeiras e Ferroviária, em Araraquara. A sua estréia será domingo, contra o Guarani.

Folha - Foi difícil trocar o Cruzeiro, onde você é um ídolo, pelo Palmeiras?
Carlos Alberto Silva - Foi. O Cruzeiro é um clube que eu gosto muito, mas o meu interesse profissional tinha que prevalecer. Dirigir o Palmeiras é muito importante para a minha carreira. Não poderia desperdiçar essa oportunidade.
Folha - Você é o disciplinador que o Palmeiras procurava?
Silva - Sim. Não abro mão da disciplina, nem dentro da minha casa. Acho que você não consegue nada na vida sem disciplina.
Folha - Você vai mudar, então, a mentalidade que vinha caracterizando o Palmeiras?
Silva - Vim ao Palmeiras para simplificar e, em termos de estrutura, não vou mudar nada.
Vou, primeiro, acreditar nos jogadores que já estão aí. Quem mostrar raça, vai ter sua chance de jogar. Os jogadores que serão contratados também devem estar cientes disso: raça em primeiro lugar e técnica como consequência.
Folha - A conquista da Taça Libertadores é a prioridade?
Silva - É um objetivo comum, por se tratar de um título inédito para o Palmeiras e para a minha carreira também. Não vou, porém, desprezar o Paulista.
Quero montar uma equipe voltada para o tipo de competição que é a Libertadores. Vou escolher os jogadores que demonstrarem mais garra. Para vencermos o Grêmio, necessitamos disso.
Folha - Você já teve experiências anteriores na Libertadores?
Silva - Sim. Com o Guarani (em 79) e o Atlético (em 81). Mas os times eram inexperientes. Agora, tenho mais chances de ganhar.

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