São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995 |
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FHC diz que acaba com indexação este ano
JOÃO BATISTA NATALI
Ele não deu maiores detalhes. Não disse, por exemplo, quais serão os novos critérios para reajustar salários -por enquanto baseados no IPC-R- ou para remunerar a caderneta de poupança. Limitou-se a afirmar que ``os técnicos (do governo) dirão de que forma, quando e como" a indexação deverá ser extinta. O presidente assumiu o compromisso em discurso de 14 minutos, feito de improviso ontem de manhã em Apucarana (PR) -325 km a noroeste de Curitiba- onde participou da inauguração de um projeto de colonização rural. A indexação é um mecanismo que permite repassar para salários, preços de produtos e serviços a porcentagem da inflação medida em determinado período. FHC e sua equipe criticam há tempos a correção monetária por considerarem que ela, ao tentar evitar as perdas provocadas pela inflação, acaba realimentando a espiral inflacionária. O assunto foi evocado ontem pelo presidente da República após abordar, em seu discurso, a adoção de novos critérios para o financiamento da produção agrícola. ``Nós vamos partir agora esse ano, no segundo ano do Plano Real, para um conjunto de mudanças que vão progressivamente acabar com esses indicadores que prefixam tudo e atam toda a economia numa espiral que leva à inflação e a juros crescentes", afirmou. ``Para isso, prosseguiu, vamos ter que desindexar", o que ``faremos com o sentido de toda a responsabilidade". Disse que os juros mais baixos que os praticados pelos bancos, a partir de agora à disposição dos produtores rurais, foram ``um sinal" e uma ``aposta" de que a inflação continuará sob controle. ``É um passo possível. Se outros forem possíveis eu darei", concluiu o presidente, aplaudido por cerca de 700 pessoas que participavam da cerimônia que ele presidiu. Texto Anterior: Falta de gás atinge creche em São Paulo Próximo Texto: Lucena pede demissão Índice |
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