São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995
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`Vazamento' atrapalha ocupação de porto

SILVIA NORONHA
DA SUCURSAL DO RIO

O vazamento da informação sobre a ocupação do porto do Rio prejudicou a operação conjunta realizada entre Marinha, Polícia Federal e Receita Federal. A Folha ouviu essa informação ontem de um oficial da Marinha, que acompanhava a ocupação.
A blitz começou anteontem de madrugada e estava prevista para terminar ontem à noite. Quinhentos fuzileiros navais, 150 fiscais da Receita e 20 policiais federais participavam da operação. O objetivo era procurar contrabando de armas e drogas.
A Folha apurou que a Guarda Portuária tinha conhecimento prévio da ocupação. Segundo o 1º DN (Distrito Naval), os guardas portuários não foram avisados oficialmente sobre a blitz.
O movimento de carga e descarga de mercadorias no porto diminuiu. A queda no movimento foi confirmada pela Companhia Docas do Rio de Janeiro.
Segundo a empresa, que administra o porto, a queda na demanda de mercadorias teria sido observada antes de a ocupação ter início. Seria apenas uma coincidência. A companhia informou que o fluxo de navios é variável.
O capitão-de-fragata Agaci Barros da Silva Sobrinho, 42, relações-públicas do 1º DN, afirmou que, ``se houve vazamento", o episódio serve para avaliar a confiabilidade do sistema de comunicação da Marinha.
Em visita anteontem ao porto, o chefe do Estado Maior do 1º DN, capitão-de-mar-e-guerra Rui Fonseca Elia, também observou a queda na demanda de mercadorias.

Domingo
Elia teria dito, segundo a Folha apurou, que no dia da operação ``até parecia domingo", devido ao pouco movimento. A operação foi planejada com o intuito de ser confidencial.
Para a PF (Polícia Federal), os guardas portuários não deveriam saber previamente da ocupação porque existe a suspeita da conivência deles com a saída de material contrabandeado do cais do porto.
A PF não divulgou um balanço das buscas realizadas nesses dois últimos dias. Apenas revólveres teriam sido apreendidos com portuários.
Essa foi a primeira operação conjunta realizada entre Marinha, Polícia Federal e Receita Federal, no porto do Rio. Ela começou a ser planejada há mais de dois meses.
Mercadorias e embarcações foram vistoriadas. Marinheiros, funcionários da administração direta e indireta do porto também foram revistados.
Oito lanchas da Capitania dos Portos deram apoio para que embarcações que navegavam na Baía de Guanabara fossem interceptadas e vistoriadas.

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