São Paulo, sábado, 27 de maio de 1995 |
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Sorrenti fotografa moda e crianças
DANIELA ROCHA
No seu currículo estão a direção de moda da campanha publicitária da Calvin Klein, a cobertura fotográfica dos mais quentes desfiles de Paris para a ``Vogue" francesa e a direção fotográfica do comercial da Lancôme. Sorrenti é um garotão com visual de artista, que inclui óculos de lentes verdes pseudo ``fundo de garrafa" e raiz dos cabelos descolorida. Aos 23 anos, fluente em inglês e italiano -nasceu em Nápoles e veio com a família a Nova York aos 10 anos- ele tem projetos fora do circuito fashion. Participa de uma campanha para arrecadar dinheiro para crianças de rua do mundo todo, ``Child Hope". Assim, já viajou à Albânia e a Honduras, fotografando crianças. ``A idéia foi colocar todas as crianças do mundo todo sob a mesma luz. O que fará diferença na foto é a personalidade de cada uma", explicou em entrevista exclusiva para a Folha. Em agosto ele deve ir ao Vietnã e em janeiro de 95 fotografa as crianças de rua do Brasil. ``Cresci nas ruas de Nova York. Uma maneira de me aproximar das crianças e fazer um clima envolvente para as fotos da campanha foi usar até linguagem corporal. Existe uma atitude universal de quem vive ou já esteve nas ruas, não importa se é na Albânia, em Honduras ou em Nova York", afirmou. Filho de um pintor ``que nunca teve sucesso", ele pretendeu até os 18 anos seguir os passos do pai. Estudou arte em Nova York, mas certo dia cruzou com duas fotógrafas italianas, Lucrecia Ferrero e Georgia Fiorio, amigas de seu pai, que começaram a lhe ensinar tudo sobre fotografia. Em oito meses já revelava seus próprios filmes. Aos 21 começou a fazer fotos de moda. ``A moda é um veículo para que eu ganhe dinheiro e me estabeleça como fotógrafo para fazer meus outros projetos." Mas ainda assim, ele admite que tem uma marca registrada nas fotos de moda que faz. ``Aprendi que existe uma maneira de conciliar o estilo pessoal de fotografar com a necessidade de mostrar roupas." Outro de seus projetos ele está fazendo há dois anos: correr vários Estados americanos e fotografar jovens entre 16 e 20 anos. Segundo ele, este trabalho integra um pouco de fotojornalismo com poesia e literatura. ``É ao mesmo tempo fazer um registro de uma geração, mas mostrando como as pessoas são diferentes", disse. Sua primeira exposição individual vai acontecer daqui a dez anos. ``Venho mantendo meus diários fotográficos há quatro anos, com tudo o que fotografei." Entre seus ídolos estão os fotógrafos Robert Frank e Larry Clark. Para uma boa foto, os elementos essenciais, segundo ele, são: uma imagem forte, a composição e a qualidade. ``Faço em média 300 contatos por cobertura. Quero fazer fotos com `feeling', fotos que marquem." O fotógrafo Mario Sorrenti evita falar sobre a top Kate Moss, por uma única razão: não trata de assuntos da sua vida pessoal em entrevistas. Kate Moss ainda era desconhecida quando os dois namoraram (leia texto abaixo). Foi ela quem deu um fim no relacionamento para namorar o ator Johnny Depp. Texto Anterior: Revelação exige capacidade mística Próximo Texto: Kate faz retrospectiva aos 20 Índice |
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