São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 1995 |
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Mais uma empresa quer gerenciar Sivam
DA AGÊNCIA FOLHA EM CURITIBA Grupo Inepar, do Paraná, desiste de comprar a Esca por causa de suas dívidas e quer ocupar seu lugarO presidente do grupo Inepar, Atilano Oms de Sobrinho, disse ontem que desistiu de comprar a Esca, empresa que seria responsável pelo gerenciamento do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Atilano anunciou que a Inepar S.A. Indústria e Construções (uma das empresas do grupo) vai se candidatar a gerenciar o projeto Sivam no lugar da Esca. O Sivam é um projeto de US$ 1,4 bilhão e seu objetivo é criar uma rede de vigilância da região amazônica, combinando radares, satélites e sensores colocados em aviões. A Esca foi afastada do projeto pelo governo no sábado passado. A empresa é acusada de fraude contra a Previdência Social. Atilano afirmou que a Esca possui dívidas, principalmente com bancos, que inviabilizaram a sua compra pela Inepar. "O volume do passivo (dívidas), tanto de curto quanto de longo prazo, com instituições financeiras, débitos fiscais, tributários e trabalhistas e com fornecedores nos levou a desistir do negócio", afirmou Atilano. Segundo ele, essa conclusão faz parte de um documento elaborado por 25 funcionários da Inepar, que analisaram durante um mês a situação econômica e financeira da Esca. Atilano disse que o documento foi concluído e repassado ao governo federal na sexta-feira passada, um dia antes da reunião entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o Conselho de Defesa Nacional. Segundo Atilano, a análise feita pela Inepar contribuiu para que o governo decidisse pelo afastamento da Esca do gerenciamento do Sivam. Ele não quis revelar o total das dívidas da Esca, alegando um "acordo de confidencialidade". "O passivo era maior do que a capacidade da empresa de amortizá-lo", disse Atilano. A Inepar assumiria o controle total da Esca e investiria, segundo Atilano, cerca de US$ 20 milhões na empresa, sem garantia de retorno. Com a saída da Esca, Atilano disse que a Inepar pretende participar do projeto Sivam. Atilano disse que a Inepar desenvolve grandes projetos de tecnologia de ponta, entre eles um com a Raytheon, empresa norte-americana que vai fornecer os equipamentos do Sivam. A Inepar participa com a Raytheon do projeto "Iridium", que vai implantar o sistema de telefonia celular via satélite. Para fornecer os equipamentos do Sivam, o consórcio liderado pela Raytheon receberá US$ 1,15 bilhão. O grupo Inepar possui mais de 20 empresas na área de eletroeletrônicos, telecomunicações e construção civil. O grupo tem 2.000 funcionários e faturamento previsto para 95 de US$ 400 milhões. Texto Anterior: Técnicos do TCU avaliarão obras paradas Próximo Texto: Comissão da Câmara acompanha projeto Índice |
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